Algo surpreendente foi revelado sobre essas múmias em miniatura

Felipe Miranda
Os pesquisadores posam com as múmias. (Créditos da imagem: Rambam Health Care Campus).

Pensava-se, até recentemente, que duas múmias egípcias em miniatura descobertas por pesquisadores israelenses e alojadas nos Museus de Haifa, possuíam, em seu interior, alguns corações humanos.

Entretanto, uma tomografia computadorizada realizada por um hospital revelou que eles estavam errados. O que havia nas múmias, na verdade, o corpo de um pássaro, grãos e lama.

Eles utilizaram, para a tomografia, um dos equipamentos do hospital Rambam Health Care Campus, que homenageia o Rabino Moshe Ben-Maimon, conhecido como Rambam, um médico hebreu do século XII.

Para deixar ainda mais estranho, pássaro está, estranhamente, sem uma de suas patas. Conforme o Smithsonian Magazine, possivelmente a múmia que um dia foi uma ave, é um falcão.

A múmia é datada de um período que remonta entre 3.000 e 2500 anos atrás. Ela foi doada aos Museus de Haifa há 60 anos, e desde então não havia sido muito investigada pelos pesquisadores.

Sim, museus, no plural. Os Museus de Haifa formam uma empresa, composta, no total, por seis museus, que vão desde a arte japonesa, até temas musicais, marítimos, da antiguidade e pré-históricos.

“Queríamos entender mais sobre as múmias e decidimos entrar em contato com Rambam”, como disse ao The Jerusalem Post Yotam Yakir, o diretor-geral dos Museus de Haifa.

Ele diz, ao jornal, sobre luz que a tomografia computadorizada jogou sobre o conhecimento da múmia. “Enquanto no caso de uma múmia ainda é difícil entender o que esconde, a segunda era claramente um pássaro, um falcão”.

“Sua cabeça parecia estar coberta por alguma forma de máscara. Foi incrivelmente emocionante”, completa Yakir  mostrando sua emoção. Ele descreve a experiência como, em suas palavras, “inacreditável”. 

Por que eles fizeram múmias em miniatura de um falcão?

Na fotografia abaixo é possível ver, com bastante detalhes, o falcão, abaixo da mumificação, sem a perna esquerda. A falta dos órgãos internos é normal, isso faz parte do processo de mumificação, para se conservar o corpo.

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(Créditos da imagem: Rambam Health Care Campus).

Não se sabe, com exatidão, entretanto, o motivo pelo qual a ave foi mumificada. O falcão é um pássaro cuja imagem geralmente representa Hórus, deus dos céus e dos seres vivos, um dos principais deuses egípcios.

A mumificação era uma forma de se conservar o corpo para a vida após a morte. A mitologia egípcia é uma das primeiras religiões que se têm conhecimento, que acreditava na ideia de vida após a morte, como os cristãos.

Essa ideia é reflexo dos ciclos da natureza, principalmente do Rio Nilo, o rio que possibilita a existência de uma civilização por ali. O Egito fica em um deserto. As cheias do Nilo trazem, às terras, o húmus, que fertiliza o solo e possibilita a vida – é um ciclo de vida e morte, e que se refletiam em toda a vida dos egípcios.

Portanto, adicionar, junto às múmias da realeza e dos nobres, alimentos e jóias, era uma forma de garantir posses para a próxima vida. Mumificar um falcão pode ter a ver com isso.

“Existem muitas perguntas sobre esses artefatos: de onde eles vieram? Como essas criaturas morreram e por que foram mumificadas? Ainda temos muito a descobrir”, diz a Dra. Marcia Javitt ao Jerusalem Post.

Enquanto nada mais é descoberto, as múmias em miniatura estão, novamente, em exposição no museu. Em breve, novos estudos devem desmistificar mais pontos em relação ao significado.

Com informações de Smithsonian Magazine e The Jerusalem Post.

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