A agricultura tem uma importância indiscutível para a sociedade. Afinal, é por meio dela que são produzidos os alimentos e os produtos primários utilizados pela indústria. Além disso, ela fornece itens essenciais para o comércio, bem como para o setor de serviços. Tendo isso em vista, o homem é ainda muito dependente desse sistema, ficando à mercê dos fatores externos, como a seca. Nesse viés, a agricultura sensorial — baseada em sensores e mais acessível economicamente — tem sido desenvolvida e apresenta diversas vantagens de utilização.
Um dos benefícios é certamente contemplar o aspecto sustentável, visto que a agricultura é um dos principais contribuintes para a mudança climática, sobretudo devido às emissões de óxido nitroso e para a destruição do habitat natural de centenas de espécies.
Uso de água, a nível global, pode ser reduzido a partir da agricultura sensorial
A sociedade tem conseguido avançar em diversas áreas. No entanto, ainda há muita dependência em se tratando da forma como se produz os alimentos. Nesse contexto, mesmo sendo imprescindível, a agricultura é um fator preponderante no que diz respeito à degradação ambiental.
No mundo todo, somente as práticas agrícolas são responsáveis pela retirada de 70% de água doce do planeta. Isso porque todos os itens produzidos na agricultura precisam de água em alguma etapa do processo. Alguns alimentos ainda necessitam de uma quantidade exorbitante de água, como a carne.
Desse modo, a gestão da água é uma parte crucial da agricultura e representa uma preocupação muito latente e desafiadora, uma vez que as secas generalizadas, cada vez mais recorrentes, são causadas pelas mudanças no clima e pelo uso desenfreado e irresponsável da água pelo homem.
A internet das coisas agrícolas
Nem tudo é desanimador: uma ajuda inesperada e eficiente pode vir da internet! Com uma utilização versátil, a internet pode ser usada para uma série de coisas, incluindo a conexão de sensores – dando vida à agricultura sensorial.
Chamada de Internet das Coisas (IoT), ela consiste no conceito de que não é mais preciso sair a campo para coletar e analisar amostras, pois os sensores podem ficar no lugar e ainda se comunicando através de protocolos sem fio. Esse sistema impressionante tem avançado a passos largos nos últimos anos, tornando-se mais precisas e também mais baratas – o que significa que a agricultura teria suas demandas contempladas.
Como funciona
A IoT pode ser definida como a facilitadora no processo de tornar a agricultura mais eficiente possível. Isso porque ela funciona da seguinte forma: vários sensores são instalados para medir fatores estruturais da agricultura, como medição da umidade do solo, teor de fertilizante, identificação de pragas e outros parâmetros que se tenha interesse. Ademais, os sistemas de irrigação são conectados aos sensores para que a rega seja feita apenas no local necessário e quando há real necessidade.
Com a tecnologia atual, os resultados já são impressionantes e muito significativos: as pesquisas mostram que pode haver uma redução de 20% a 72% com relação ao uso de água na agricultura usando esse mecanismo. Entre os principais benefícios, podem ser destacados o fato de que se está economizando dinheiro e poupando recursos ambientais.
Problemas a serem superados
É indubitável que a agricultura sensorial seja um método que tem muito potencial e que pode ser usado em praticamente todo o mundo, exceto onde não se tenha acesso à internet de alta velocidade, segura e confiável.
Além do acesso à internet, outro problema diz respeito ao custo do sistema em áreas onde os salários ou os custos da água são muito baixos, pois pode ser mais barato ter pessoas fazendo o trabalho extra do que ter agricultura sensorial.
De qualquer modo, essa tecnologia parece ser uma alternativa para alimentar mais de 8 bilhões de pessoas num planeta que sofre as terríveis consequências do aquecimento em escala global.