A múmia que continua bela após 3800 anos

Milena Elísios
Os corpos de Takla Makan, preservados em perfeitas condições graças ao nível de salinidade dos pisos, exibem roupas de lã tingida de várias cores. Na foto, a múmia de La Bella de Loulan. (Foto: The Epoch Times)

Em 1995, dezenas de múmias caucasianas muito bem conservadas foram encontradas em uma Bacia Agrícola, na árida província do Turquestão Oriental da China.

Os restos mortais levantaram muitas questões controversas. O que indivíduos com características europeias faziam, 2.000 anos antes da Era Comum, no meio de um deserto chinês? Como eles sobreviviam ali? Que tipo de relacionamento eles tinham com seus vizinhos do leste?

A vida no deserto

Os 113 cadáveres da área de Xinjiang foram estudados por inúmeros especialistas, a fim de encontrar uma resposta para a origem desse grupo de brancos de cabelos loiros.

Os corpos descobertos no deserto de Takla Makan permaneceram preservados em perfeitas condições graças ao nível de salinidade do local, as múmias exibem roupas de lã tingida de várias cores, botas, artefatos de couro e sacos com grãos de várias espécies – o que mostra que em vida, muitos deles foram agricultores. Seus rostos apresentam características típicas da Europa: nariz angular, olhos fundos, cabelos claros e pele branca.

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Historiadores afirmam que embora aquele ambiente fosse árido, ele era muito mais favorável, havia mais cursos de água, mais árvores e condições favoráveis para a agricultura e pecuária nos locais que hoje são absolutamente desertos e inabitáveis. Embora as condições de vida fossem rigorosas, eram muito melhores que as atuais. Por esse motivo acredita-se que o declínio daquela população provavelmente também estava relacionado à diminuição das correntes de água e ao avanço do deserto sobre cidades, templos e dos próprios cidadãos.

A bela múmia de Loulan

Dentre os restos mortais encontrados, uma múmia em particular, cuja análise remonta a um período muito mais distante do que o resto das múmias descobertas, chama a atenção por sua beleza e estado de conservação. Os cílios longos nos olhos semiabertos estão adequadamente preservados e os cabelos longos ainda em excelente estado caem sobre os ombros.

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Os corpos de Takla Makan, preservados em perfeitas condições graças ao nível de salinidade dos pisos, exibem roupas de lã tingida de várias cores. Na foto, a múmia de La Bella de Loulan. (Foto: The Epoch Times)

Ela foi batizada como La Bella de Loulan, essa múmia de 1,55 metros de altura e cabelos ruivos cobertos por piolhos e lêndeas tinha uma considerável carga de areia e fumaça nos pulmões. Suas roupas e sapatos mostravam que foram remendados várias e várias vezes, esses detalhes confirmam vida dura e a perambulação desse grupo de indivíduos no deserto chinês há pelo menos três milênios.

A múmia de Loulan
Representação artística de como a aparência de “La bella de Loulan” poderia ter sido. (Foto: The Epoch Times)

É possível que uma população de europeus seminômades tenha habitado todo aquele território muito antes dos chineses como conhecemos, mas as informações são insuficientes.

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Por enquanto a única certeza que se tem é que a mulher caucasiana ruiva que viveu e encontrou a morte no meio do grande deserto chinês permanece como um símbolo do que antes era a população de estrangeiros de europeus mais antigos s e mais misteriosos do que hoje é o extenso território chinês.

FONTES / Ancient Origins

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