A lua de Saturno está se afastando rapidamente do planeta, o que é até normal, já que isso também acontece com um distanciamento cada vez maior entre os planetas e o Sol e outras luas e seus planetas. Aliás, quando essa análise é feita em escalas cósmicas, tudo está de pernas para o ar e mudando muito rapidamente.
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Astrônomos descobriram recentemente algo surpreendente: Titã está se afastando de Saturno em uma velocidade 100 vez mais rápida do que o esperado. Assim, provavelmente a sua formação aconteceu muito mais próxima do planeta, junto com o surgimento do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos e então passou a migrar, chegando numa distância de 1,2 milhão de quilômetros.
A partir disso, os pesquisadores acreditam que existem algumas lacunas quanto a aceleração das marés nas proximidades de Saturno. A lua de Saturno está se afastando rapidamente do planeta e isso sugere ainda que a formação e evolução dos anéis aconteceu de uma forma diferente do que a imaginada.
“A maioria dos trabalhos anteriores previu que luas como a lua de Titã ou Calisto, de Júpiter, foram formadas a uma distância orbital semelhante onde as vemos agora”, explicou o astrofísico teórico Jim Fuller, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Titã está se afastando rapidamente de Saturno
A aceleração das marés é algo conhecido como atrito das marés. Aliás, isso pode ser observado claramente na Terra. Conforme a Lua se move ao redor de nosso planeta, sua atração gravitacional faz com que os oceanos se deformem e inchem. Por isso que as águas costumam subir nestes períodos.
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A constante deformação e relaxamento gera calor e atrito na Terra, funcionando como um gigante freio na rotação do planeta. Além disso, faz distorcer o campo gravitacional da Terra, que dá um puxão adicional no próprio satélite, acelerando sua órbita. Dessa maneira, a cada ano a Lua fica 3,82 centímetros mais longe de nós.
Um efeito semelhante acontece entre Saturno e Titã, mas os cientistas não acreditavam ser tão forte. Acontece que Saturno é gasoso, uma composição que possivelmente gera menos atrito do que os oceanos e rochas da Terra. Dessa maneira, as teorias padrões apontam que a lua deveria se afastar 0,1 centímetro por ano.
Mas, duas técnicas independentes avaliaram e indicaram que Titã está ficando mais longe 11 centímetros a cada ano. Para isso, elas se basearam em medições históricas feitas desde 1886 e na missão Cassini, que mediu a posição de Titã em relação às estrelas de fundo.
A Cassini teve 10 encontros próximos com Titã entre 2006 e 2016, fornecendo medições precisas quanto as mudanças na velocidade da Cassini devido à gravidade de Titã. Assim, os dados combinados apresentaram resultados surpreendentes.
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Possivelmente os dados de Juno possam revelar uma taxa de migração semelhante para as luas de Júpiter. O que poderia validar ainda mais a teoria conhecida como bloqueio de ressonância, algo visto em estrelas binárias. Aliás, ele acontece quando a força gravitacional aperta o planeta e força a oscilar.
O artigo foi publicado pela Nature Astronomy, acesse para conferir. Informações do Science Alert.