Células-tronco humanas curaram diabetes com sucesso em ratos

Milena Elísios
Os pesquisadores curaram com sucesso o diabetes em camundongos usando células humanas convertidas que podem criar insulina. Na foto, um pesquisador experimenta um rato de laboratório na China. (Imagem: Visual China Group / Getty Images)

Um artigo publicado na Nature Biotechnology descreve como células-tronco humanas curaram diabetes com sucesso em ratos. O tratamento manteve a doença afastada por pelo menos nove meses e até mais de um ano em alguns ratos. 

Os testes são baseados em estudos anteriores realizados por esta mesma equipe. A equipe de biomédicos se concentrou no uso de células-tronco pluripotentes humanas, estas células podem assumir a forma de qualquer tipo de célula humana. Eles usaram as células para gerar células beta pancreáticas, que secretam insulina, o hormônio que regula o nível de açúcar no sangue. Pessoas com diabetes não podem produzir insulina suficiente para controlar seu nível de açúcar no sangue.

LEIA TAMBÉM: Pessoas nascidas cegas são misteriosamente imunes à esquizofrenia

Durante os testes os camundongos que tinham diabetes grave foram injetados com uma substância conhecida como estreptozotocina. As células humanas foram então implantadas nos animais, e em poucas semanas eles apresentaram resultados positivos. A técnica conseguiu controlar com sucesso os níveis de açúcar no sangue dos roedores, curando funcionalmente a doença.

Células-tronco humanas curaram diabetes com sucesso em ratos. Na imagem são mostrados aglomerados de células beta secretoras de insulina humana, como visto ao microscópio. Jeffrey R. Millman, PhD, e sua equipe produziram essas células a partir de células-tronco, usando uma nova técnica eficiente. As células foram capazes de curar rapidamente o diabetes em ratos por pelo menos nove meses. (Créditos: LABORATÓRIO MILLMAN)
Células-tronco humanas curaram diabetes com sucesso em ratos. Na imagem são mostrados aglomerados de células beta secretoras de insulina humana, vistas ao microscópio. Jeffrey R. Millman, PhD, e sua equipe produziram essas células a partir de células-tronco, usando uma nova técnica eficiente. As células foram capazes de curar rapidamente o diabetes em ratos por pelo menos nove meses. (Créditos: LABORATÓRIO MILLMAN)

“Esses ratos tinham diabetes muito grave com leituras de açúcar no sangue de mais de 500 miligramas por decilitro de sangue – níveis que poderiam ser fatais para uma pessoa – e quando demos aos ratos as células secretoras de insulina, em duas semanas seus níveis de glicose no sangue haviam voltado ao normal e permanecido assim por muitos meses”, disse o pesquisador principal, Dr. Jeffrey R. Millman, professor assistente de medicina e de engenharia biomédica, em uma declaração.

Segundo o artigo, o elemento-chave da pesquisa é a produção das células secretoras de insulina. Há pouco mais de uma década atrás, os mesmos pesquisadores descobriram como converter células-tronco humanas em células beta pancreáticas que produzem insulina. Quando essas células encontram açúcar no sangue, secretam insulina. Ainda assim, trabalhos anteriores tiveram suas limitações e não controlaram efetivamente o diabetes em ratos.

LEIA TAMBÉM: Pesquisadores descobrem como o estresse agudo faz cabelo ficar branco

Agora equipe construiu uma nova técnica baseada no citoesqueleto actínico, o andaime das células. Este sistema fornece e traduz sinais bioquímicos para as células e ao melhorar a sua compreensão de como isto funciona, os cientistas encontraram uma melhor forma de produzir apenas as células certas.

“Neste estudo, estabelecemos uma ligação entre o estado do citoesqueleto actínico e a expressão dos fatores de transcrição pancreática que impulsionam a especificação da linhagem pancreática”, escrevem os autores no artigo.

Este processo pode, futuramente, ajudar milhões de pessoas que atualmente precisam de injeções de insulina para controlar seu diabetes. Mas embora os resultados sejam animadores, estas são apenas pesquisas iniciais. Muitos mais testes animais ainda serão necessários antes que os ensaios clínicos em humanos possam começar.

O artigo foi publicado na Nature Biotechnology , clique aqui para acessá-lo.

Compartilhar