Projeto com arqueólogos amadores faz diversos achados no Reino Unido

Wellington Reis
Um provável assentamento fechado da Idade do Ferro ou romano (setas vermelhas) e sistema de campo associado (setas azuis), conforme revelado pelos dados do LIDAR (Universidade de Exeter)

Os arqueólogos são uma classe que certamente não gosta de deixar de fazer suas descobertas por ter de ficar em casa por causa da quarentena.

Mesmo de quarentena, a Universidade de Exeter, da Inglaterra, iniciou um projeto muito divertido e promissor chamado Entendendo Paisagens que está proporcionando diversas descobertas arqueológicas mesmo em tempos de isolamento social.

Arqueólogos e o Projeto Entendendo paisagens

O projeto Entendendo paisagens proporciona que pessoas de comunidades de toda a Inglaterra possam investigar e analisar a origem das paisagens histórias do país, além de também incentivar a preservação das mesmas.

Esse projeto, financiado pelo Heritage Lottery Fund e por uma rede de parceiros, evidencia como o apoio da população em uma causa pode ser de extrema importância.

Entre as descobertas já feitas por esse programa, estão assentamentos pré-históricos e romanos, como estradas, fazendas, túmulos e pedreiras.

Com a ajuda dos cidadãos, esses projetos puderam ser realizados mesmo em tempos de pandemia. Isso por que as pessoas puderam visitar locais vizinhos as suas casas para fazer a pesquisa, evitando contato social.

Arqueólogos amadores
Os voluntários avistaram dezenas de estruturas anteriormente desconhecidas entre Cornwall e Devon, no sudoeste da Inglaterra. 
(Universidade de Exeter)

O projeto tem se saído muito além das expectativas dos arqueólogos. As descobertas do período pré-histórico ao medieval são inúmeras em um pequeno período de tempo, já que o projeto começou em 2017.

A Universidade de Exeter detalhou que foram identificados 32 quilômetros da estrada romana, 30 assentamentos pré-históricos ou romanos e 20 túmulos pré-históricos. Além de centenas de cemitérios medievais, fazendas e sistema de campos e pedreiras.

Essas descobertas podem mudar muito do que os historiados pensam sobre a extensão do domínio romano, que antes era tido como nas Ilhas Britânicas, agora se estende até além da cidade de Exeter.

A equipe de arqueólogos Chris Smart está à espera da reabertura do Reino Unido para que possa se embrenhar nas descobertas feitas pelos voluntários.

Programa LiDAR: tecnologia futurística a serviço do passado

Para fazer essas pesquisas, os voluntários estudam varreduras em 3D da área, que é dividida para cada participante. Eles vão até o local e, se acharem algo, marcam como ponto de interesse, para que seja posteriormente estudado detalhadamente por profissionais.

O mapeamento 3D usado foi feito por meio de pesquisas aéreas do programa LiDAR, que faz uma detecção por alcance luz em toda a área. Ele dispara milhares de feixes de laser por segundo, usando a luz que retorna para criar uma varredura 3D detalhada de seu objeto.

Através dessa tecnologia, pode-se até mesmo retirar a vegetação e edifícios de um local, facilitando muito as descobertas dos arqueólogos.

Essa tecnologia é muito usada para se descobrir ruínas em meio a matas com a vegetação densa.

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