Um incidente raro e impressionante ocorreu na Austrália no início do mês passado. Uma mulher foi mordida várias vezes por um polvo-de-anéis-azuis — considerado o polvo mais mortal do mundo e um dos animais mais venenosos. Apesar das circunstâncias, a vítima sobreviveu e pode contar sua história.
O caso aconteceu no dia 16 de março, enquanto a mulher nadava em uma praia em New South Wales. Ela pegou uma concha, de onde caiu um pequeno polvo-de-anéis-azuis que a mordeu duas vezes no estômago, causando dor abdominal.
Paramédicos aplicaram pressão e compressa fria nas picadas e a encaminharam para o hospital para tratamento e monitoramento de sintomas adicionais.
O inspetor Christian Holmes, em um comunicado no Facebook, salientou que mordidas de polvo-de-anéis-azuis são raras, mas extremamente venenosas. A Ocean Conservancy informa que as toxinas desses animais são 1.000 vezes mais potentes que o cianeto e podem matar 26 humanos em poucos minutos.
Pequenos, mas perigosos
Os polvos-de-anéis-azuis medem de 12 a 20 centímetros e possuem uma toxina extremamente nociva, a tetrodotoxina. Essa potente neurotoxina, encontrada em algumas espécies de peixes, anfíbios, mariscos e polvos, é produzida por bactérias simbióticas nas glândulas salivares do animal.
A tetrodotoxina bloqueia os sinais nervosos do corpo, causando dormência muscular, perda de visão, de outros sentidos e habilidades motoras, podendo levar à paralisia e parada respiratória.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a morte pode ocorrer entre 20 minutos ou 24 horas após a exposição, e não há antídoto conhecido.
Contudo, os polvos de anéis azuis não são agressivos e só mordem em situações de autodefesa, como quando encurralados ou manuseados por humanos. Por isso, tanto as mordidas quanto as mortes são extremamente raras.
Em 2021, uma mulher publicou um vídeo no TikTok segurando, sem saber, um polvo-de-anéis-azuis em Bali. Outra história semelhante circulou no Reddit em 2019, quando um turista australiano morreu após manusear um desses animais.
