Um novo tipo de célula foi encontrada na corrente sanguínea de pacientes com artrite reumatoide, antes que as suas articulações estivessem inflamadas.
Esse tipo de artrite provoca muita dor e inflamação nas articulações. Uma célula chamada célula B ativa as células PRIME, que são as células que foram descobertas agora, as quais aparecem no sangue antes que os sintomas ataquem.
Esse tipo de célula, que nunca havia sido visto, pode ajudar a prever os sintomas de artrite reumatoide.
Artrite reumatoide e células PRIME
As células apelidadas como “PRIME”, acumulam-se no sangue na semana que antecede os surtos da doença, de acordo com Robert Darnell, investigador do Instituto Médico Howard Hughes, em 15 de julho de 2020, no New England Journal of Medicine.
Com essa descoberta, será possível que haja uma previsão de quando irão ocorrer as dores e inchaços, que são surtos da doença. Além disso, também haverão novas opções de tratamento para ela.
Segundo Darnell “As células PRIME são uma coisa que você pode ter como alvo para interromper o surto antes que aconteça […] Esse é o ideal da ciência médica – saber o suficiente sobre uma doença que você pode descobrir sobre o que está prestes a deixar alguém doente”.
Sendo uma doença do sistema imunológico, a artrite reumatoide causa inflamação nas articulações, principalmente ao redor de pés e mãos. Ela é mais comum em pessoas de 30 ou 40 anos.
Os seus sintomas vêm em ondas, onde os trechos de calma são seguidos por labaredas dolorosas. Apesar de seu tratamento ser com sabe em esteróides, que amenizam os sintomas, ela não tem cura.
Doenças como essa, em que os sintomas variam com o tempo, acompanhar essas alterações no organismo por um longo período é essencial. Contudo, é muito complicado para os pacientes irem a uma clínica frequentemente para testes.
Coleta de sangue em casa
Foi aqui que Darnell, neuro-oncologista da Universidade Rockefeller, e seus colegas desenvolveram um sistema de coleta de sangue em casa, em que pacientes com artrite reumatoide fizeram pequenos furos em seus dedos e mandaram sangue para o laboratório.
Além disso, os participantes do estudo fizeram um registro de sintomas, identificando quando estavam com crises.
Com esses registros em mãos, os cientistas analisaram quais células estavam presentes durantes os períodos em que os pacientes não tinham sintomas e nas semanas anteriores ao surto.
Em amostras de sangue de duas semanas antes do surto, os cientistas notaram que ouve um aumento nas células imunes chamadas células B. As quais Darnell já imaginara que atacavam as as articulações dos pacientes na artrite reumatoide.
Contudo, nas amostras de uma semana antes do surto, eles notaram o aumento do RNA que não correspondia à assinatura genética de nenhum tipo conhecido de sangue ou célula imune, mas que se assemelhava as células do osso, cartilagem ou células musculares – células normalmente não encontradas no sangue.
Essas células foram chamadas de células PRIME. As quais apareciam uma semana antes do surto, mas desapareciam durante todo ele. Portanto, algo que sugere um possível papel dessas células durante o surto.
Artrite reumatoide: Conclusão
A equipe agora planeja confirmar se a presença dessa célula pode prever o surto. Para isso, os pesquisadores estão recrutando pacientes para o estudo.
Darnell também planeja estudar as células PRIME de forma molecular, para saber se elas participam da causa do surto.
Com informações de Howard Hughes Medical Institute