Uma equipe internacional de pesquisadores determinou o nível de umidade do ar ideal em que a transmissão do coronavírus diminui. A pesquisa foi publicada na Annual Review of Virology.
Os autores do artigo científico, da Faculdade de Medicina de Yale e da Universidade de Zurique, argumentam que as chances de superar a pandemia são afetadas não apenas por medidas em quarentena e distância social, mas também pelo microclima em prédios, apartamentos e outros cômodos, ou melhor, da umidade relativa.
“Passamos 99% de nossas vidas em ambientes fechados, muito próximos”, disse Akiko Iwasaki, imunobiólogo e principal autor do estudo.
Segundo os cientistas, o clima de inverno torna os vírus três vezes mais perigosos: quando o ar frio do exterior, contendo uma pequena quantidade de umidade, esquenta na sala, a umidade relativa cai para cerca de 20% e as partículas do vírus conseguem um caminho livre para se espalhar. Além disso, a capacidade do sistema imunológico humano de responder aos patógenos é suprimida no ar mais seco.
Para confirmar seus argumentos, os autores realizaram um estudo sobre roedores. Camundongos infectados transmitiram mais facilmente partículas virais através do ar para seus vizinhos não infectados, desde que a umidade relativa das células onde eram mantidos fosse baixa.
Resultados
Em um ambiente com umidade relativa de 40 a 60%, o Coronavírus demonstrou uma capacidade significativamente menor de se transmitir para outros indivíduos. Além disso, em uma sala com alta umidade relativa, o vírus respiratório recebeu condições favoráveis de propagação e se depositava em superfícies mais frequentemente.
No entanto, os autores alertam que os resultados não significam que os residentes dos países quentes possam relaxar e esquecer a importância da desinfecção da superfície e da higiene pessoal. O coronavírus é transmitido por meio de contato próximo com os infectados. Fora isso, manter a umidade relativa do ar em 50% é o recomendado.