Mohenjo Daro e os montes que escondiam uma civilização no Paquistão

Wellington Reis

No ano de 1914,  o Diretor do Distrito Arqueológico Ocidental em Bombaim (agora Mumbai), Rakhaldas Banerji, resolveu investigar os estupos (montes de terra para sepultamento revestido com pedra) na cidade de Dokri na província de Sindh, no Paquistão. O local estava bastante preservado, pois os moradores acreditavam que ele era amaldiçoado, por isso nunca iam lá. As investigações mostraram ruínas de uma antiga cidade.

A descoberta de uma cidade antiga no Paquistão

No ano de 1922, houve um maior interesse para investigar os montes misteriosos, pois a antiga cidade de Harappa foi decoberta e indicava que uma civilização desconhecida existia na região Punjab da Índia britânica, agora no Paquistão.

Então, Banerji conseguiu a permissão para escavar e teve suas suspeitas confirmadas. Ele encontrou pesos, jóias, cerâmica pintada finamente e vários selos quadrados com escritas estranhas e gravuras mostrando animais e pessoas. Todos muito semelhantes àqueles encontrados em Harappa.

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A grande banheira em Mohenjo Daro. Imagem: Nilkishore / Adobe Stock

As duas regiões distam cerca de 680 quilômetros de distância. Então, surgiu a dúvida: Será que os objetos foram feitos por pessoas com uma mesma cultura mesmo estando tão distantes?

Em vista disso, grandes escavações começaram. O líder delas era o Diretor Geral do Serviço Arqueológico da Índia, Sir John Marshall, que não demorou para revelar a imensa cidade de Mohenjo Daro, ou ‘Monte dos Mortos’. Nome dado por ser uma cidade morta e enterrada há milhares de anos.

Mohenjo Daro volta dos mortos

A descoberta das cidades de Mohenjo Daro e Harappa mostrou que há 5.000 anos existia uma civilização no Vale do Indo que rivalizava com aquelas já conhecidas do Egito e Mesopotâmia.

Ambas cidades eram extremamente planejadas. As casas eram feitas com tijolos cozidos em forno, equipadas com banheiro sanitários, cisternas e poços de tijolos em formado de cunha que abasteciam a cidade com água potável.

Mohenjo Daro estava espalhada por uma enorme área de mais de 100.000 m2, com mais de 300 moradias. Além disso, ela ostentava uma cidadela com vista para a área residencial da cidade. Os banheiros dessa cidadela continham até mesmo um sistema de aquecimento a ar quente.

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A cidadela em Mohenjo Daro. Imagem: Aleksandar / Adobe Stock

Cerca de 40.000 artefatos foram recuperados das escavações, ajudando a reconstituir a vida dos Mohenjodarans. Entre eles, está uma estátua de bronze de uma dançarina seminua, urnas de barro habilidosamente moldadas, fornos, travessas e medidas de pedra.

Além disso, um conjunto de selos esculpidos indicam como eles arrecadavam receitas, enquanto figuras esculpidas à mão semelhantes a animais de brinquedo e peças como as de xadrez exibem o lado lúdico da cidade.

Eles incluem uma célebre estátua de bronze de uma dançarina seminua, urnas de barro perfeitamente moldadas, travessas, fornos e pesos e medidas de pedra. Um conjunto de selos esculpidos sugere um sistema de arrecadação de receitas, enquanto figuras esculpidas à mão, como peças de xadrez e animais de brinquedo de barro, revelam o lado mais lúdico da cidade que abrigou mais de 40 mil pessoas na atual região do Paquistão.

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