Misterioso jogo de tabuleiro romano descoberto em Jerusalém

Um jogo geométrico esculpido em pedra calcária em Jerusalém é intrigante para os arqueólogos por pelo menos 40 anos. Um perito em jogos de tabuleiro e reconstruções históricas chegou a uma nova hipótese sobre as regras deste jogo, que algumas pessoas pensavam estar ligada às execuções.

Quando as palavras “romano” e “jogos” são colocadas juntas, a imagem que vem à mente é muitas vezes a do Coliseu. Embora os Jogos de Circo existissem entre os romanos, eles não eram o único tipo de atividade recreativa que esta civilização empreendia entre 1 AEC e 5 EC.

Um misterioso tabuleiro

Em 1937, o arqueólogo inglês Robert Hamilton (1905-1995) estava escavando na Porta de Damasco, em Jerusalém. A Porta de Damasco foi construída pelos romanos no século 2 EC. As escavações iniciadas por Robert Hamilton no lado oriental do portão foram continuadas por seus sucessores que, nos anos 80, descobriram uma gravura em pedra calcária que havia sido deixada intocada pelo tempo. Esta talha tem a forma de um quadrado dividido em dezesseis quadrados iguais, que são eles mesmos divididos por uma diagonal.

A gravura foi localizada ao lado de uma torre guardada por guardas romanos. Diversas hipóteses foram apresentadas por arqueólogos para explicar o significado ou o propósito desta gravura. Uma dessas hipóteses diz respeito a um jogo de dados jogado pelos romanos em honra do deus Saturno, o deus do tempo e o equivalente grego de Chronos.

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Este jogo de dados consistia em designar um condenado como rei do dia, antes de ser executado ao pôr-do-sol. Outra hipótese é que era o jogo do moinho, cuja existência já é conhecida na Roma antiga, cuja tábua tem semelhanças com a gravura da Porta de Damasco e que consiste em pegar todos os peões de seu oponente que não estão alinhados de três em três.

Lembra um jogo de damas

Nir Wild é especialista em jogos de tabuleiro e é especializada na reencenação de eventos históricos. De acordo com Nir Wild, o jogo que os guardas romanos provavelmente jogaram para passar o tempo não é nem um jogo de execução nem um jogo de moinho. Ele acredita que este jogo é o mesmo que o do povo do Antigo Egito, onde rastros foram encontrados em tumbas.

De acordo com o Libro de los Juegos, uma obra espanhola do século 13 que lista as regras dos jogos de tabuleiro, Nir Wild acredita que o jogo gravado pelos romanos é uma espécie de jogo de damas chamado “alquerque”.

Ele acredita que isso difere do jogo que conhecemos, pois apenas uma peça poderia ser “comida” de cada vez e que uma peça, uma vez que alcança o outro lado do tabuleiro, não poderia ser transformada em uma rainha. Embora não exista uma ligação direta entre os tabuleiros de jogo romanos e egípcios e o Libro de los Juegos, ele nos permite imaginar os guardas romanos jogando damas durante um intervalo em um tempo muito, muito remoto.

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