James Webb e Hubble apresentam a imagem mais colorida do universo já capturada

Francisco Alves
Galáxias ganham vida nesta imagem capturada pelos telescópios Hubble e James Webb. Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, J. Diego (Instituto de Física de Cantabria, Espanha), J. D’Silva (U. Australie occidentale), A. Koekemoer (STScI), J. Summers & R. Windhorst (ASU) e H. Yan (U. Missouri).

Os telescópios espaciais James Webb e Hubble realizaram um feito notável ao unirem suas capacidades para capturar imagens de MACS0416, um aglomerado de galáxias que se encontra a uma distância impressionante de 4,3 bilhões de anos-luz da Terra. Este trabalho conjunto resultou em uma das imagens mais coloridas do universo que já foram registradas até o momento, expandindo significativamente a nossa compreensão visual do espaço cósmico.

A colaboração entre os dois observatórios espaciais permitiu uma observação detalhada deste distante agrupamento de galáxias, o que representa não só um avanço técnico para a astronomia, mas também um marco para os estudos do cosmos. As imagens obtidas abrem novas perspectivas para o entendimento da estrutura e evolução do universo, além de destacarem a capacidade humana de ultrapassar os limites do conhecimento através da tecnologia avançada.

O Telescópio Espacial Hubble é um verdadeiro veterano na observação do universo, principalmente através da luz visível e uma parte da luz ultravioleta. Com seu arsenal de câmeras e espectrógrafos, proporcionou-nos imagens icônicas e dados sobre galáxias, nebulosas e aglomerados de estrelas.

Já o Telescópio Espacial James Webb traz uma nova dimensão com sua especialização na luz infravermelha, permitindo a investigação de objetos além do alcance do visível, como galáxias distantes, nuvens de poeira cósmica e regiões onde estrelas estão nascendo.

A integração das capacidades do Hubble e do James Webb oferece aos astrônomos uma visão mais ampla e aprofundada do cosmo, acessando informações em um espectro mais vasto de ondas eletromagnéticas. E é essa colaboração entre os observatórios que revelou vistas como a do aglomerado de galáxias MACS0416, situado a 4,3 bilhões de anos-luz da Terra.

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Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, J. Diego (Instituto de Física de Cantabria, Espanha), J. D’Silva (U. Australie occidentale), A. Koekemoer (STScI), J. Summers & R. Windhorst (ASU) e H. Yan (U. Missouri).

Galáxias azuis e vermelhas pontuam o panorama cosmico capturado pelas lentes dos telescópios espaciais Hubble e James Webb. As figuras de um azul vibrante, relacionadas principalmente com o telescópio Hubble, estão mais próximas da Terra e são cenas de intensa formação estelar. Em contraste, as galáxias de um vermelho mais profundo foram detectadas pelo telescópio James Webb e revelam um estado mais poeirento e distante.

Fundamental para o fenômeno visual na imagem é o efeito de lente gravitacional produzido pelo aglomerado MACS0416, que atua como uma espécie de “lupa cósmica”. Esta lupa distorce o espaço ao seu redor e molda a luz de objetos distantes, criando imagens espetaculares, como círculos concêntricos que parecem envolver o núcleo do aglomerado.

Um destes fenômenos ampliados é a estrela gigante apelidada de “Mothra”. Ela aparece em detalhes através da poderosa amplificação do aglomerado, revelando uma galáxia expansiva na qual a estrela ocupa um ponto central. A imagem de “Mothra” sobressai pela sua distinta coloração vermelha e destaca-se como um ícone nesta magnífica tapeçaria celeste.

As imagens produzidas pelas observações astronômicas transcendem a beleza visual e servem para fundamentar a pesquisa científica. Diferentes comprimentos de onda capturados nas imagens desvendam propriedades variadas dos objetos celestes como composição química, temperatura e densidade. Estes dados são vitais para entender a fundo a formação estelar, a evolução das galáxias e a distribuição da matéria no universo, elucidando processos astrophísicos que seriam imperceptíveis em apenas uma faixa de onda isolada.

O resultado da pesquisa foi disponibilizado no repositório de pré-impressões arXiv, onde se divulgam descobertas antes da publicação formal.

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