Imagens artificialmente coloridas mostram como era o último tigre-da-tasmânia

Mateus Marchetto
Imagem: Print do vídeo publicado por NFSA / Youtube

O último tigre-da-tasmânia tinha o nome de Benjamin, e morreu em 1936 em um zoológico na Austrália. Contudo, em 1933 o naturalista David Fleay registrou um dos poucos vídeos de um desses animais, antes de levar uma mordida nas nádegas. Agora especialistas reproduziram a rara filmagem (originalmente em preto-e-branco) em cores.

De acordo com o responsável pela edição das filmagens históricas, Samuel François-Steininger, o trabalho todo levou mais de 200 horas. Segundo Steininger, o projeto foi bastante difícil pois muitas partes do pelo do animal precisaram receber a coloração manualmente, apesar dos recursos disponíveis a partir de inteligências artificiais.

Confira o resultado no vídeo abaixo:

O trabalho de restauração das filmagens do último tigre-da-tasmânia foi parte de uma homenagem ao dia 7 de setembro. Não pela independência do Brasil, evidentemente. Acontece que na Austrália o dia 07/09 é o Dia Nacional das Espécies Ameaçadas, justamente o dia em que o tigre-da-tasmânia Benjamin morreu, em 1936.

Extinção do tigre-da-tasmânia

Os tigres-da-tasmânia eram caçadores, podendo atingir até 35kg. Além do mais, esses bichos não eram tigres, realmente, nem lobos, nem cães. Acontece que o tilacino (outro nome destes animais) eram marsupiais, inclusive os maiores marsupiais caçadores conhecidos.

Ou seja, assim como os cangurus, o tigre-da-tasmânia carregava seus filhotes em uma bolsa, já que as placentas dos marsupiais não são completamente funcionais, e o desenvolvimento do feto precisa prosseguir em grande parte após o nascimento.

Muitos relatos afirmam avistamentos de tigres-da-tasmânia recentemente, porém sem dados confirmados. Isso porque tudo indica que estes animais realmente se extinguiram nos anos 30, principalmente pela atividade humana, além de outros fatores. Muitos outros animais australianos, infelizmente, seguiram o mesmo caminho do tigre-da-tasmânia.

Acontece que a Austrália foi nos últimos milhares de anos uma região única para a formação de novas espécies e também para a existência de espécies endêmicas. Ou seja, muitos animais, como ornitorrincos, não existem em qualquer outro lugar fora da Oceania. O mesmo era válido para os tilacinos.

Assim, quando uma ameaça aparece no ambiente ( humanos, no caso), espécies endêmicas podem acabar extintas muito mais facilmente do que aquelas mais espalhadas pelo planeta.

A trabalhosa reconstrução das imagens, portanto, relembra a beleza de uma das espécies extintas recentemente, ainda no século XX. Para além disso, esse marsupial de aparência pré-histórica mostra, pela sua ausência no planeta, como nós seres humanos temos mudado o ambiente e impactado a biodiversidade de forma tão drástica.

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