Falece o astrofísico brasileiro João Steiner

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: USP Talks).

Faleceu, nesta quinta-feira (10), o astrofísico brasileiro João Steiner, aos 70 anos de idade. Steiner ainda trabalhava como cientista, além de ser um grande nome na divulgação científica no país.

Graduado e pós graduado pela USP (Universidade de São Paulo), Steiner estudava astrofísica estelar e núcleos galácticos ativos, áreas de imenso brilho que se formam ao redor de buracos negros.

Ele era  professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas  da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, era colunista no Jornal USP e possuía um programa de rádio hosteado pela USP. 

Ele possuiu, também, uma atuação na área administrativa e política da ciência. Foi, portanto, secretário-geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Além disso, foi Secretário Coordenação das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e diretor do Instituto de estudos avançados da USP (IEA-USP) entre 2004 e 2007.

Trajetória de João Steiner

Steiner nasceu no ano de 1950 em São Martinho, cidade localizada no interior do estado de Santa Catarina. Em 1973, aos 23 anos de idade, ele recebia seu diploma em física pela Universidade de São Paulo (USP).

Ainda na USP, o cientista realizou seu mestrado (1975) e doutorado (1979), ambos na área de astronomia, tornando-se, portanto, astrofísico. Imediatamente realizou seu pós doutorado, no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, nos Estados Unidos.

“Ele era brilhante. Teve uma carreira científica maravilhosa”, explica em um comunicado Aldo Malavasi. O geneticista Malafasi é, atualmente, vice-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

“Teve uma carreira científica maravilhosa. Foi ele o responsável por trazer os astrônomos para a SBPC e de introduzir a astronomia nas atividades da entidade, como nas Reuniões Anuais e Regionais”, explica.

Malafasi diz que Steiner possuía uma didática impecável. Portanto, ele sabia como traduzir os assuntos complexos para o público leigo. Ele era um cientista nato, segundo das palavras de Malafasi.

Conforme explicam Marcos Pivetta e Neldson Marcolin em uma entrevista com Steiner na Revista Pesquisa Fapesp, editada pela Fapesp a agência de fomento à pesquisa estadual de SP, em 2013:

“Quando fez seu pós-doutorado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e foi contratado pelo Instituto Smithsonian como funcionário público norte-americano, sua visão de como fazer ciência em nível competitivo mudou radicalmente”.

“De volta ao Brasil em 1982, Steiner tornou-se um ativo organizador e gestor de ciência e um obsessivo batalhador pela melhora das condições de infraestrutura dos estudos astronômicos”, contam.

Aqui no Brasil, ele possuiu vínculos com diversas instituições, embora sempre estivesse na USP. Entre elas estão o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por exemplo.

Prêmios

Diversos são os prêmios recebidos por Steiner, já que era cuidadoso em tudo o que fazia. Em 1998, o cientista recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico, com o grau de comendador. 

No ano de 2001, ele recebe a Ordem do Rio Branco, concedida pelo governo federal para aqueles considerados merecidos, por algum serviço importante ao Brasil, também com ordem de comendador. 

Do mesmo modo, em 2010, agraciado com a Ordem Nacional do Mérito Científico, com o grau da Grã-Cruz. Além disso, ele possui diversos títulos relacionados a instituições científicas.

Com informações de SBPC e Revista Pesquisa Fapesp.

 

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