No território da atual Arábia Saudita, uma impressionante rede de estradas perdidas foi revelada por arqueólogos, as quais estão marcadas por túmulos humanos, que ligam um oásis a outro. Há milhares de anos, essas estradas levaram beduínos e seus animais à água. Os pesquisadores relataram a descoberta no periódico The Holocene.
“As avenidas funerárias eram as principais redes de rodovias da época e mostram que as populações que viviam na Península Arábica há 4.500 anos estavam muito mais conectadas social e economicamente umas às outras do que pensávamos anteriormente”, diz o arqueólogo Matthew Dalton, da Universidade de Western Austrália.
Câmaras funerárias revestidas de pedra, assim como as encontradas na Arábia Saudita, são muito comuns por toda a Península Arábica. Contudo, elas estão muito mais encontradas no noroeste da Arábia.
As imagens de satélite revelaram a existência de uma região pontilhada com milhares de estruturas de pedra semelhantes a pingentes que flanqueavam as estradas antigas no deserto ou mesmo apontando para elas.
O caminho para o oásis
As estruturas circundantes próximas do oásis recebem uma maior concentração de pedras, que vão diminuindo quando se afastam dele.
Por meio de imagens de satélite e investigações do terreno, arqueólogos descobriram uma “incrível densidade de monumentos funerários pré-históricos” com “nenhum equivalente em outros lugares”.
Somente em uma região, conhecida como Khaybar, os pesquisadores contaram quase 10.000 estruturas funerárias de pedra seca, sendo que a grande maioria delas estava localizada perto de fontes permanentes de água.
“Esses oásis, especialmente Khaybar, exibem algumas das mais densas concentrações de monumentos funerários conhecidos em todo o mundo”, diz Dalton.
“O grande número de túmulos da Idade do Bronze construídos em torno deles sugere que as populações já começaram a se estabelecer de forma mais permanente nesses locais favoráveis nesse momento”.
Quando examinaram os oásis mais de perto, uma rede de caminhos para fora foram encontrados pelos pesquisadores. Possivelmente, eles eram usados para mover rebanhos de animais em estações de chuvas mais intensas.
Entretanto, durante o período de seca, as estradas de longo alcance certamente eram as mais úteis.
Ao irem de um oásis ou fonte de deserto para outra, os beduínos atravessavam áreas maiores para encontrar melhores terras e climas.
“De fato, seguindo apenas as redes de avenidas funerárias identificadas, seria possível percorrer cerca de 530 quilômetros”, escrevem os autores.