Designer reviveu imperadores romanos com inteligência artificial

Felipe Miranda
Imperadores Augustus (esquerda) e Maximinus Thrax, à direita. (Créditos da imagem: Daniel Voshart).

Podemos saber hoje, com relativa fidelidade, como eram as feições dos imperadores da Roma Antiga. Entretanto, é difícil saber como eles eram de fato vendo apenas uma pedra entalhada. Por isso, um designer reviveu imperadores romanos com inteligência artificial.

Não, ele não simulou a mente deles e trouxe-os de volta à vida, até porque sem dados isso não seria possível. Ele transformou as estátuas em rostos reais, extremamente realistas.

Os gregos eram ótimos em fabricar bustos e estátuas. Quando passaram a crescer e dominar toda aquela região do mediterrâneo, como os romanos absorveram muito da cultura grega, aprenderam a fazê-lo também.

Além das pinturas, as estátuas eram uma das melhores formas de se imortalizar grandes pessoas, deixando-as guardadas na memória, não só com nomes, mas com a visão de quem eles eram, já que naquela época não haviam fotografias, muito menos os vídeos.

Daniel Voshart trabalha com realidade virtual na cinematografia. Entretanto, a pandemia chegou, e ele não podia trabalhar. Voshart, então, resolveu procurar um hobby, e passou a reconstruir rostos de imperadores romanos a partir das estátuas. 

Voshart até mesmo criou um subreddit para publicar os resultados de suas reconstituições, que combinam IA e um pouco de photoshop. Você pode acessar o subreddit Colorized statues clicando aqui.

Ele iniciou o trabalho e o aperfeiçoou a partir dos imperadores romanos. Em julho, ele já havia finalizado todos os 54 imperadores romanos que possuem estátuas, veja na imagem abaixo:

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Criando estátuas

A ideia de Voshart era vender pôsteres com os rostos desses imperadores. Para o primeiro lote, ele fez 300 pôsteres, e sua ideia era vendê-los durante o ano. Entretanto, para sua surpresa, todos os pôsteres haviam sido vendidos em um intervalo de apenas três semanas. 

“Eu sabia que a história romana era popular e havia um público específico. Mas mesmo assim foi um pouco surpreendente ver que foi selecionado da maneira que foi.”, conta Voshart ao The Verge.

Para construir os rostos, o designer utilizou principalmente learning machine, através de uma ferramenta online chamada ArtBreeder e o famoso editor de imagens, Photoshop. 

Machine Learning é um sistema que pode ser comparado à inteligência artificial, em uma descrição generalista, apesar de não ser exatamente a mesma coisa. Para termos leigos, entretanto, descrever como IA é o suficiente. 

O ArtBreeder utiliza um framework (ou seja, uma funcionalidade genérica) conhecido como Rede Adversária Generativa (GAN, na sigla em inglês). O sistema leva esse nome (adversária) porque há duas redes neurais competindo entre si para ir gerando os dados, e os resultados tornam-se a renderização. 

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Baseado nas estátuas e nas feições históricas, portanto, ele gerou um rosto com a IA e foi ajudando-a, tanto pelo próprio ArtBreeder, quanto manualmente, pelo photoshop, a fim de alcançar o resultado mais fiel à história possível.

Para melhorar o realismo dos rostos, Voshart adicionava imagens em alta resolução de celebridades que possuíam algum traço parecido. Assim, era possível trabalhar em cima disso e adaptar até encontrar um bom resultado.

“O que estou fazendo é uma interpretação artística de uma interpretação artística”. Essa é a forma como Voshart descreve, em entrevista ao portal The Verge, o seu trabalho.

Com informações de The Verge.

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