Covid-19 pode estar elevando o número de suicídios no mundo

Wellington Reis
(Imagem: David Wall/Getty Images)

O medo da Covid-19 pode levar muitas pessoas a fazerem coisas que não fariam em tempos normais. Uma dessas coisas é o suicídio, que infelizmente possui números em ascendência, provavelmente por causa da pandemia em que vivemos.

Covid-19 e suicídio: Uma tragédia que gera outras

Segundo o site Scientific American, um indiano chamado K. Balakrishna, pai de três filhos, pode ser a primeira vítima ligada à situação do mundo na Covid-19.

Historicamente, pandemias como a do Coronavírus levam as pessoas a precipitarem suas mortes, por causarem danos psicológicos aos indivíduos.

Em apenas um dia, duas profissionais de saúde, uma enfermeira de 34 anos na Itália, e uma enfermeira do Reino Unido na casa dos 20 anos tiraram a própria vida. Segundo relatado por próximos, ambas ficaram profundamente traumatizadas pelos horrores experimentados na linha de frente.

Medo, ansiedade, tristeza e caos são alguns dos sentimentos vivenciados em tempos de crise. De acordo com a Psicologia, o pânico é algo que nos deixa a mercê de pensamentos destrutivos que podem levar a atos muito graves.

Pessoas mais velhas, como idosos, também estão em risco, pois eles já são muito sensíveis à solidão e isolamento, e dependem de muito apoio social. Como o contato está mínimo, principalmente com eles que são o grupo de risco, as consequências psicológicas estão se agravando muito.

Se você quer proteger seus familiares deste mal, preste atenção nos fatores de risco (que aumenta a probabilidade de suicídio) e os fatores protetivos (que blindam a pessoa contra o suicídio), que, acima de tudo, são somente para que você possa identificar fatores em pessoas próximas.

Caso identifique que um familiar pode estar pensando nisso, procure um profissional da saúde, psicólogo ou psiquiatra, imediatamente e relate tudo, pois a vida das pessoas que você ama dependem dessa atitude.

Veja a seguir quais são os fatores de risco e proteção contra o suicídio, que estão muito bem explicados no site da Unimed, portanto, não deixe de visitá-lo para saber mais.

Fatores de Proteção:

  • Apoio social e familiar;
  • Gestação e paternidade;
  • Religiosidade, independente da afiliação religiosa;
  • Estilo de vida: Os bons hábitos alimentares associados ao não abuso drogas ou álcool, podem servir de proteção ao indivíduo, assim como a prática de atividades físicas;
  • Integração social como, por exemplo, através do trabalho e do uso construtivo do tempo de lazer.

Fatores de Risco:

  • História de tentativas anteriores de suicídio: Corresponde ao de maior fator preditivo. Um risco aproximadamente 100 vezes maior comparado a população geral.
  • Transtornos psiquiátricos: Cerca de 90% dos pacientes que tentam suicídio têm um distúrbio psiquiátrico. Os mais associados são: depressão, transtorno bipolar, transtornos de personalidade, abuso de substâncias e esquizofrenia, sendo que a comorbidades tem o pior prognóstico.
  • História de abuso físico ou sexual: Está associado a maior risco de suicídio, assim como outros eventos adversos na infância como pais divorciados ou transtorno psiquiátrico familiar.
  • Desesperança e impulsividade: A desesperança pode persistir mesmo quando outros sintomas de depressão tenham remitido. A impulsividade está associada a ação de pensamentos suicidas.
  • Idade, Sexo e Raça: O risco aumenta com o aumento da idade, no entanto, os adultos jovens tentam o suicídio mais frequentemente do que os adultos mais velhos.
  • Estado Civil: O maior risco ocorre entre aqueles que nunca se casaram.
  • Orientação para homossexuais, lésbicas ou bissexuais, ou identidade transgênero ou não-conforme com o gênero: Relaciona-se a dificuldade de aceitação, principalmente pela discriminação e preconceito ainda existentes na sociedade, sobretudo em meios mais conservadores.
  • Ocupação: O suicídio pode ser maior em pacientes que atuam em ocupações não qualificadas do que em profissões qualificadas. É maior em pessoas desempregadas.
  • Saúde: O risco aumenta com doenças físicas como câncer, DPOC, DAC, diabetes mellitus, AVC, entre outras.
  • Dor crônica: Independente de outros fatores duplica o risco de comportamentos suicidas.
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