A China quer construir uma mega nave espacial com quase 1km de comprimento. O projeto está dentro de uma lista com amplas propostas de pesquisa da Fundação Nacional de Ciências Naturais, com financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia do país. O site da fundação retrata o ambicioso plano como “principal equipamento aeroespacial estratégico para o uso futuro dos recursos espaciais. A exploração dos mistérios do universo e a vida longa em órbita”.
O instituto planeja fazer com que os cientistas conduzam pesquisas sobre os métodos de design dessa mega nave espacial, averiguando condições modernas. Caso seja financiado, o estudo para averiguar a viabilidade da operação duraria cinco anos, com orçamento de dois milhões de dólares.
Pode até parecer roteiro de ficção científica, mas Mason Peck, ex-tecnólogo-chefe da NASA, afirmou que a ideia não é totalmente absurda. Todavia, o maior desafio está na questão de engenharia, e não ciência fundamental. “Acho que é inteiramente viável”, disse Peck, agora professor de engenharia aeroespacial na Universidade Cornell, ao Live Science. “Eu descreveria os problemas aqui não como impedimentos intransponíveis, mas sim problemas de escala”, continuou.
Mega nave espacial pode ajudar na exploração dos planetas
“É como se estivéssemos falando sobre a construção da Starship Enterprise. É fantástico imaginar uma mega nave espacial. Não é viável, mas divertido de pensar, mesmo não sendo realista para o nosso nível de tecnologia”, finalizou.
Sobretudo, há um grande questionamento em torno da utilidade de uma aeronave como essa, mas alguns pesquisadores envolvidos no projeto apontam alternativas. Uma delas é para incluir instalações de manufaturas espaciais, que aproveitariam a microgravidade e a abundante energia solar na construção de produtos de alto valor.
Os mais tecnológicos, também comentam que a mega nave espacial servirá como habitat de longo prazo para uma vida fora do mundo. “A estação espacial é um empreendimento de US $ 3 bilhões por ano. Multiplique isso para instalações maiores e rapidamente se tornará uma empresa bastante grande e cara de se operar”, explicou Michael Lembeck, professor de engenharia aeroespacial da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign.
Uma estrutura espacial dessa amplitude poderia, potencialmente, ver características na superfície de planetas e outros sistemas solares. “Isso pode ser transformador para a nossa compreensão dos planetas extrassolares e da vida no universo, ou seja, é revolucionário”, finalizou ele.
