Uma equipe de pesquisadores e estudantes da Universidade de Reading descobriu um tesouro escondido em Cookham, uma pitoresca aldeia no sul da Inglaterra. Localizado nas margens do Rio Tâmisa, que serpenteia através de Londres, este local é a casa de um mosteiro anglo-saxão bem preservado, cuja existência foi revelada pela primeira vez em 2021.
As recentes escavações trouxeram à luz novos elementos fascinantes deste antigo mosteiro. Dentre eles, um cemitério com 50 conjuntos de restos humanos foi desenterrado. Esses restos abrangem três gerações de pessoas, incluindo adultos de ambos os sexos e crianças, proporcionando uma visão única da comunidade que habitou o mosteiro durante os séculos VIII e IX.
Outro achado intrigante foi a evidência de uma substancial cerca monástica murada de frente para o Rio Tâmisa. Além disso, os arqueólogos encontraram um poço com um eixo revestido de madeira preservada, que continha outros artefatos de madeira. Uma grande estrutura de madeira com piso interno e lareira, que servia como um dos principais edifícios do mosteiro, também foi revelada.
A história do mosteiro está intimamente ligada à poderosa rainha anglo-saxã Cynethryth, a única rainha anglo-saxã que se sabe ter sido representada em moedas da época. A rainha Cynethryth era esposa do rei Offa, que governou Mercia – um dos principais reinos anglo-saxões na Grã-Bretanha pós-romana – de 757 d.C. até sua morte em 796 d.C.
Além disso, as escavações sugerem que o mosteiro pode ter servido como um importante centro comercial medieval. Isso é evidenciado pela descoberta de infraestrutura bem preservada, incluindo uma área de carregamento à beira do rio, oficinas para atividades industriais, como metalurgia, e fornos de pão usados para alimentar os habitantes do mosteiro.
A equipe da Universidade de Reading planeja voltar ao local no próximo ano para conduzir mais escavações e desvendar mais sobre a história deste intrigante mosteiro. Como disse Gabor Thomas, líder do projeto, “As descobertas que fizemos em Cookham em 2023 nos ajudarão a pintar um quadro muito mais claro da vida cotidiana no mosteiro”.