Carro voador? Homem indiano cria ‘carro helicóptero’ acoplando o rotor ao teto do veículo

Daniela Marinho
Uma imagem representativa gerada por IA de um "hatchback Maruti do início dos anos 2000 modificado para se parecer com um helicóptero". Imagem: Perchance.org / Adobe Firefly

Há quem diga que o design do ‘carro helicóptero’ – denominado assim por seu próprio inventor – possui uma estética agradável. Motivado pelo desejo de ter um carro que se assemelhasse a um helicóptero, Ishwar Deen, um homem indiano, deu vida a uma criação, no mínimo, inusitada: ele soldou a pá do rotor de um helicóptero ao teto de seu carro, um modelo Maruti Suzuki Wagon R, e, em seguida, fixou a cauda ao porta-malas do veículo.

O ‘carro helicóptero’ atingiu seu propósito: chamar a atenção

Deen não estava apenas mexendo em sua oficina; ele estava elaborando um plano. Impulsionado pelo desejo de não apenas expressar sua criatividade, mas também fortalecer as finanças de sua família, ele idealizou o ‘carro helicóptero’, um veículo único que desafiava qualquer categorização. Não era bem um carro, nem muito menos um helicóptero, mas um híbrido peculiar.

O indiano imaginava este ‘carro helicóptero’ como a atração principal para casamentos, uma chegada espetacular para os noivos, deixando seus convidados sem palavras de admiração. Ele via cifrões dançando em sua cabeça – a chance de alugar essa engenhoca única por um preço significativo. Para tornar a engenhosidade real, ele investiu mais de US$ 3 mil.

Caso de polícia

Como era de se esperar, a notícia da criação de Deen, o ‘carro helicóptero’, se espalhou rapidamente pela Índia. A NDTV, uma agência de notícias indiana, relatou que o indiano não era o único a construir tais veículos, com exemplos semelhantes sendo encontrados em Bihar e Pratapgarh. Mas a alegria de Deen durou pouco.

Em uma reviravolta infeliz, a polícia apreendeu o ‘carro helicóptero’ durante uma parada de trânsito enquanto Deen o levava a uma oficina para pintura. As autoridades locais citaram violações da Lei de Veículos Motorizados. Deen foi multado e informado que só poderá recuperar o carro caso retirasse as peças do helicóptero. Além da multa por violar as regras de trânsito, a invenção suscitou uma investigação sobre a situação.

De acordo com o The Independent, Deen expressou sua tristeza com a apreensão do veículo em que tanto havia trabalhado. “Eu trabalhava dia e noite neste carro”, disse ele à agência de notícias. “É muito decepcionante que ele tenha sido confiscado.”

Renda extra

Embora confiscado, Deen não perde a esperança de recuperar o seu ‘carro helicóptero’. Ele enfrenta uma batalha após a apreensão pela polícia. As autoridades alegam, no entanto, que as modificações foram feitas sem a devida autorização, enquanto Deen argumenta que o carro era para ser usado apenas em casamentos e não representava perigo nas ruas.

“Carros modificados, como jipes, circulam livremente em Pratapgarh e Bihar sem qualquer restrição”, argumenta Deen. “Meu carro foi projetado para ser usado apenas em casamentos e não circulará nas ruas em outras ocasiões.”

E no Brasil, como funciona?

A personalização de carros é uma prática popular no Brasil, já que muitos motoristas expressam sua criatividade através de modificações estéticas e de desempenho em seus veículos. Contudo, essa prática também gera debates sobre segurança e regulamentação.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define as regras e normas para circulação de veículos nas vias públicas, enquanto a Resolução do CONTRAN Nº 292/2008 estabelece os requisitos para modificações em veículos automotores e os procedimentos para regularização.

Embora o país ofereça um ambiente relativamente aberto para personalização de carros, é importante que os motoristas sejam conscientes dos riscos e responsabilidades envolvidos.

O ‘carro helicóptero’ de Deen provavelmente não seria considerado legal no Brasil, por questões bastante óbvias. As modificações feitas no veículo afetam significativamente sua estrutura e segurança, o que o torna um risco potencial para os ocupantes e para outros usuários das vias públicas. De qualquer forma, a intenção do inventor indiano – com permissão da aliteração – parece ter sido genuína.

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