Bebê e seu cachorro de estimação encontrados em cemitério de 2.000 anos

Damares Alves
Denis Gliksman, Inrap

Há cerca de 2.000 anos um bebê romano de um ano de idade e seu cãozinho de estimação foram sepultados em um cemitério. Agora, pesquisadores encontraram o enterro da criança perto do Aeroporto Clermont-Ferrand Auvergne, no centro da França.

Segundo o Instituto Nacional Francês para Pesquisa Arqueológica Preventiva (INRAP) informou em um comunicado, o cachorro, um filhote, carregava uma coleira de sino adornada.

O bebê e seu cachorro de estimação

Ainda segundo o instituto, acredita-se que criança morreu durante a época Augusto-Tiberiana, ou seja, nas três décadas que se seguiram ao nascimento de Jesus Cristo.

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Até o momento não foi possível determinar o sexo ou causa da morte do bebê. Também ainda não está claro se o cachorro morreu de causas naturais, ou se foi morto para acompanhar a criança em seu rito fúnebre.

No túmulo também foram encontrados objetos pessoais do menino, entre os quais uma fíbula em liga de cobre e uma espécie de alfinete ornamental que deveria ser fixado em um pano. Contra o caixão, havia um círculo de ferro com cerca de trinta centímetros de diâmetro que era acompanhado por uma haste dobrada. Poderia ser um brinquedo: um arco e sua varinha que o permitia rolar no chão. Também havia um pequeno dente de leite sobre uma concha. O dente pertenceu a uma criança maior, que poderia ser um irmão do falecido ou alguém a quem ele fosse querido.

O pequeno falecido foi enterrado em uma sepultura grande para o seu tamanho, que foi cuidadosamente preenchida com vasos de terracota que continham alimentos e bebidas. Naquele período, era de costume dividir-se o banquete fúnebre, servindo porções aos vivos e enterrando o resto com os mortos.

Bebê e seu cachorro de estimação enterrados juntos na frança
Túmulo contendo um bebê e seu cachorro de estimação encontrados na França. (Denis Gliksman, Inrap)

Uma família de alta posição social

Os arqueólogos descreveram o enterro recentemente encontrado como “absolutamente excepcional”, tanto pela quantidade quanto pela qualidade dos objetos encontrados no túmulo da criança. Isto evidencia a posição privilegiada a que pertencia sua família.

“Tamanha profusão de louças e itens esquartejados, bem como os pertences pessoais que acompanharam a criança ao túmulo, sublinham a posição privilegiada a que pertencia a sua família.” disseram os arqueólogos no comunicado. “A associação de um cão com uma criança pequena está bem documentada no contexto de um funeral, mas aqui é a coleira e o sino que são incomuns.”

Bebê e seu cachorro de estimação enterrados juntos
Muitos vasos e depósitos de carne acompanham o jovem falecido em seu túmulo. (Denis Gliksman, Inrap)

A equipe de pesquisa planeja continuar as escavações no local até fevereiro de 2021.

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