As imagens impressionantes, gravadas via drone por Carlos Gauna, um cineasta da vida selvagem e ávido observador da vida marinha, revelam o filhote de tubarão – um deleite raro tanto para entusiastas de tubarões quanto para cientistas.
Carlos, estava investigando as águas locais quando notou vários tubarões que pareciam estar grávidos. Pouco depois de testemunhar um desses tubarões mergulhando nas profundezas, o tubarão recém-nascido apareceu, seu corpo distintamente branco o distinguindo facilmente de qualquer outro animal marinho. Tanto o focinho pontudo quanto o formato da nadadeira caudal o caracterizaram inequivocamente como um grande filhote de tubarão branco.
O filhote pode não ser tão fofo quanto a maioria dos filhotes de animais, mas acredita-se que estas sejam as primeiras imagens de um grande tubarão branco recém-nascido e elas podem ser altamente significativas do ponto de vista científico.
Os grandes tubarões brancos, conhecidos cientificamente como Carcharodon carcharias, apresentam tipicamente uma parte superior do corpo cinzenta e uma barriga mais pálida, mas este jovem tubarão era quase inteiramente branco, acentuando a sua novidade para o mundo. As fêmeas adultas da espécie fornecem nutrição aos descendentes por nascer através de uma substância rica em nutrientes conhecida como leite uterino, explicando a tonalidade branca inicial do jovem tubarão.
O que torna este encontro particularmente digno de nota é a inferência de Phillip Sternes, biólogo de tubarões da Universidade da Califórnia em Riverside, e do próprio Gauna, de que o filhote observado era excepcionalmente jovem, possivelmente com apenas algumas horas de vida. O seu estudo, publicado na revista Environmental Biology of Fishes, que caracteriza o evento, observa detalhes sutis, como as barbatanas arredondadas, que muitas vezes se assemelham às de embriões próximos do nascimento, e uma camada esbranquiçada que parecia desaparecer à medida que o tubarão nadava, uma indicação de que estava a perder a sua camada embrionária. Este comportamento contribui para a crença de que os investigadores marinhos testemunharam um grande tubarão branco recém-nascido no seu habitat natural, o primeiro do gênero.
Esta descoberta é complementada por um avistamento semelhante feito em 2020 perto da fronteira entre os EUA e o México, onde o menor tubarão branco registado, medindo apenas um metro de comprimento, foi encontrado e considerado um recém-nascido. A natureza repetitiva destas descobertas coloca a costa do Pacífico como uma região crítica de reprodução para a espécie, uma sugestão que, com mais provas, poderia justificar a protecção legal destas águas para ajudar na conservação da espécie.
No estudo recém publicado, a equipe de pesquisa aponta duas possibilidades:
- O animal avistado é um este é um tubarão branco recém-nascido ainda com substâncias intrauterinas ainda aderidas ao seu corpo.
- O pequeno tubarão avistado sofre de uma doença de pele desconhecida que resulta em eliminação, secreção ou possivelmente um crescimento microbiano sobre a camada dérmica.
Futuras observações e pesquisas são necessárias para validar estas águas como locais de reprodução e para compreender o desenvolvimento do tubarão branco desde a infância até a maturidade.
