Os peixes estão morrendo sufocados em rios e oceanos nos últimos anos, principalmente pela baixa concentração de oxigênio na água, fator que pode ser causado por diversos problemas diferentes.
Em junho desse ano, dezenas de milhares de peixes foram encontrados mortos em praias do Texas. A cena de filme de terror ocorreu após os peixes se sufocarem na própria água, dado o nível baixo de oxigênio presente na água.
“Mortes de peixes como esta são comuns no verão, quando as temperaturas aumentam. Se não houver oxigênio suficiente na água, os peixes não conseguem ‘respirar’. O baixo oxigênio dissolvido em muitos casos é uma ocorrência natural”, diz um comunicado publicado pelo Quintana Beach County Park em sua página no Facebook
“É um pouco alarmante ver uma onda de peixes mortos em terra”, diz ao New York Times Bryan Frazier, diretor do Departamento de Parques do Condado de Brazoria.
No entanto, o especialista explica que a natureza possui maneiras de se autocorrigir.
“A mãe natureza tem uma maneira de equilibrar isso. Deve se corrigir aqui em um futuro bem próximo”, explica Frazier.
A hipóxia do oceano ocorreu por uma combinação de alguns fatores. Estava quente, e a água quente retém menos oxigênio do que em temperaturas mais baixas. Além disso, estava nublado, e as plantas estavam fazendo menos fotossíntese, já que o processo depende de luz solar. Dessa maneira, naquela região do oceano, a concentração de oxigênio ficou muito baixa por algum tempo, matando milhares de peixes sufocados.
Esses casos podem piorar com o aquecimento global.
“À medida que vemos o aumento da temperatura da água, certamente isso pode levar a que mais desses eventos ocorram, especialmente em nossos ambientes rasos, próximos à costa ou em terra”. disse Katie St. Clair, gerente de instalações de vida marinha da Texas A&M University em Galveston ao NY Times.
Em março de 2023, milhões de peixes morreram no rio Darling-Baaka, na Austrália. O rio faz parte da bacia de Murray Darling, que é o maior sistema fluvial da Austrália.
“Você pode imaginar deixar um peixe na cozinha apodrecendo com todas as portas fechadas e sem ar-condicionado, e temos milhões deles”, disse Graeme McCrabb, um morador local, à BBC na ocasião.
Ele relata: “usamos a água do rio para lavar e tomar banho para que as pessoas não possam usar essa água para essas necessidades básicas novamente. Com o tempo, essas pessoas não poderão ter acesso a essa água para uso doméstico, o que é vergonhoso”.
Os peixes morreram pelo uso excessivo da água do rio, principalmente para irrigação de fazendas próximas – fator que, aliado à seca, reduziu muito o volume de água, sufocando os peixes.
O que ajudou a reduzir a concentração de oxigênio também, conforme explicou ao National Geographic Quentin Grafton, diretor do Centro de Economia, Meio Ambiente e Política da Água da Universidade Nacional Australiana, foram algumas enchentes que ocorreram no começo do ano. As enchentes causaram um boom populacional entre os peixes, além de um aumento na replicação de bactérias e microrganismos. Isso ajudou a esgotar mais rapidamente o oxigênio da água.
No Brasil, um caso parecido ocorreu no final de 2022, onde milhares de peixes morreram sufocados pela falta de oxigênio, devido à seca, em um lago no Amazonas.
O que o futuro espera?
Despejos de resíduos deixam água de rios e lagos tóxica. Proliferação anormal de microrganismos por alguma ação humana aumenta o consumo de oxigênio presente na água. O aumento da temperatura média reduz a concentração de oxigênio e a capacidade de absorção do oxigênio por rios, lagos e oceanos. Diversas ações realizadas pelos seres humanos estão causando um ambiente pouco propício para a vida aquática e marinha.
Os peixes estão morrendo sufocados em rios e oceanos e mudanças nas atitudes da humanidade estão se fazendo de suma importância para salvar a vida debaixo d’água.
