Um dos maiores dinossauros predadores foi desenterrado na Inglaterra

Dominic Albuquerque
O dinossauro encontrado foi um dos maiores predadores da sua época. Imagem: Anthony Hutchings

Pesquisadores ingleses desenterraram recentemente uma nova espécie de dinossauro predador na Ilha de Wight. Chamado temporariamente de “Espinossaurídeo da Rocha Branca”, devido ao local onde foi encontrado, ele tinha mais de 10 m de comprimento e viveu há 125 milhões de anos atrás.

Os paleontólogos também acreditam que ele foi o maior predador a já caminhar pela Europa. Os especialistas conseguiram deduzir quando a criatura viveu e morreu ao analisar o local do seu último descanso, uma rocha na Formação Vectis. De acordo com o Natural History Museum, esse local geológico preservou por muito tempo o início dum período de elevação do nível do mar, época onde o espinossaurídeo provavelmente explorava a região.

Os fósseis desenterrados na formação incluíam vertebras pélvicas e caudais. Elas agora estão sendo preservadas enquanto os pesquisadores debatem o nome científico do dinossauro, que era não apenas enorme, mas um grande predador.

“Esse foi um animal imenso, com mais de 10 metros de comprimento e provavelmente várias toneladas em seu peso”, disse Chris Barker, pesquisador líder. “Julgando a partir de algumas das dimensões, ele parece representar um dos maiores dinossauros predadores já encontrados na Europa – talvez o maior conhecido até então”.

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Os restos fósseis foram encontrados na Formação Vectis, na Inglaterra. Imagem: Jeremy Lockwood

Para o coautor Jeremy Lockwood, estudante PhD da Universidade de Portsmouth, a descoberta foi agridoce. Ainda que orgulhoso da empreitada, ele clarificou que a maior parte dos fósseis foi desenterrada por Nick Chase, que morreu recentemente. Lockwood o descreveu como “um dos caçadores de dinossauros mais habilidosos da Grã-Bretanha”.

“Eu estava buscando pelos restos desse dinossauro com Nick e encontrei um pedaço de pélvis com túneis perfurados, cada um do tamanho do meu dedo indicador”, disse ele. “Acreditamos que eles foram feitos por lavas comedoras de ossos de algum tipo de besouro escavador”.

A descoberta veio após duas outras anteriores, de dinossauros espinossaurídeos encontrados na Ilha de Wight em 2021. Para o coautor Darren Naish, a nova descoberta sustenta uma das suas teorias.

“Esse novo animal impulsiona nosso argumento prévio – publicado ano passado – de que os dinossauros espinossaurídeos se originaram e se diversificaram na Europa ocidental antes de se espalharem”, disse ele. “Como o conhecemos apenas a partir de fragmentos no momento, ainda não demos a ele um nome científico. Esperamos que restos adicionais surjam com o tempo”.

Ainda que impressionante, essa espécie em particular não é tão enorme quanto o maior espinossaurídeo dos registros fósseis, o Espinossauro. Essa criatura imensa era maior até que o Tirannossauro rex, e provavelmente conseguia nadar também, sendo um perigo tanto na terra quanto no mar.

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Os restos incluíam vértebras pélvicas e caudais, confirmando que o dinossauro tinha mais de 10m de comprimento. Imagem: Jeremy Lockwood

Mesmo que Naish acredite que os espinossaurídeos tenham emergido no continente europeu antes de se espalharem pelo resto do globo, os dinossauros de maneira geral morreram durante a extinção do Cretáceo, há 66 milhões de anos atrás.

O espécime encontrado, nesse caso, morreu na Ilha de Wight cinco milhões de anos antes do asteroide que desencadeou essa extinção.

A equipe de pesquisa agora foca em aprender mais sobre as particularidades biológicas do dinossauro. Barker e seus colegas estão criando pequenas seções nos fragmentos fossilizados para analisar as propriedades microscópicas no interior do osso – o que poderia confirmar a idade da criatura, assim como sua taxa de crescimento.

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