“Superfungos” estão dizimando as últimas rãs douradas do Panamá

Ruth Rodrigues
(Imagem: Zoológico e Jardim Botânico El Nispero, Panamá.)

Os últimos 200 indivíduos pertencentes a uma espécie de rã ameaçada de extinção, tiveram que deixar o seu habitat natural após ‘superfungos’ terem dizimado algumas comunidades de anfíbios.

Esse fungo agiu de forma intensa, uma vez que, segundo a World Wildlife Fund (WWF), durante os últimos 50 anos, mais de dois terços de vertebrados foram perdidos. As áreas mais afetadas pelo fungo foram na América do Sul e Central, onde a perda chegou a ser registrada em 94%.

Quitridiomicose e a extinção dos anfíbios

O ‘superfungo’, também conhecido como quitrídeo (Batrachochytrium dendrobatidis), é o patógeno causador da quitridiomicose. Uma doença que corroborou para a extinção de 30 espécies do planeta Terra. Tais fungos se espalham pela água e quando entram em contato com a pele animal, o torna incapaz de trocar sais e água com o meio ambiente.

Dessa forma, a quitridiomicose causa muitos danos ao atingir um animal. Ele afeta grandemente as suas funções vitais, fazendo com que os anfíbios venham a óbito devido a insuficiência cardíaca causada por asfixia. O quitrídeo foi detectado pela 1ª vez na Península Coreana, durante o século XX e foi se espalhando pelo mundo.

Superfungos
Um sapo infectado com a quitridiomicose. (Imagem: Forrest Brem)

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No Panamá, sua chegada ocorreu na década de 90, onde causou bastante estrago na natureza. Atualmente, só existem cerca de 1.500 rãs-douradas, no qual só podem ser encontras em zoológicos, para se reproduzirem. O aparecimento desse fungo pode estar atrelado ao desmatamento e poluição nos rios.

Segundo Della Togna, da Universidade de Maryland, “quando o fungo chega a um lugar onde não estava, ele afeta muito as populações e os animais morrem em massa. Causa morte certa nos indivíduos que infecta. É um fenômeno devastador”. Vale ressaltar que sua ocorrência não acomete somente os anfíbios, mas sim, outros indivíduos do Reino Animal.

Como os superfungos podem ser combatidos?

No entanto, a esperança dos pesquisadores vem sendo renovadas dia após dia, quando as notícias sobre o aparecimento de espécies que antes, eram dadas como extintas. As hipóteses levantadas para esse reaparecimento, é a criação de defesa que esses pequenos animais, adquiriram contra as infecções.

Portanto, “isso nos dá esperança, sabendo que algumas rãs estão voltando e que elas têm meios de contra-atacar o fungo”, revela Angie Estrada, administradora do Summit Park do Panamá. Em Gamboa, estão 2.000 rãs, nas quais são divididas em 12 espécies. Aumentando assim, as chances de que brevemente, possam ser colocadas de volta ao seu habitat natural.

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Para prevenir uma outra possível extinção dos anfíbios, Togna, pesquisadora do STRI, vem desenvolvendo uma pesquisa na qual o sêmen do macho é congelado. Assim, em casos extremos, ele poderia ser implantado nas fêmeas, para que houvesse um aumento em sua população.

Com informações da Phys Org.

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