Pela primeira vez, cientistas veem o Sol transferir energia de seu interior para a atmosfera

Milena Elísios

Cientistas já sugeriram anteriormente que os jatos de plasma do sol eram responsáveis pelo efeito de aquecimento, e pela primeira vez cientistas puderam observar diretamente este processo. As novas observações mostram que como os campos magnéticos na superfície do Sol invertem e realinham-se, formam-se as espículas. A energia do campo magnético é convertida em energia cinética e térmica, que é então transferida para as espículas que sobem pela cromosfera até a camada mais externa da atmosfera do Sol, a coroa.

Sol
Uma visão multicamada de espículas solares. (NJIT)

A ideia da tensão magnética do Sol que desencadeia espículas foi discutida antes, através do uso de simulações computacionais detalhadas. Agora, usando imagens de alta resolução dos telescópios do Big Bear Solar Observatory (BBSO), os astrônomos já viram isso realmente acontecer.

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E estes jatos são bastante importantes, com cerca de 200-500 quilômetros de largura, e atingem alturas de milhares de quilômetros antes entrar em colapso. Também se movimentam rapidamente – cerca de 100 quilômetros por segundo.

Os pesquisadores também usaram imagens captadas pela nave espacial do Observatório de Dinâmica Solar da NASA no espectro ultravioleta extremo (EUV) para medir como a energia estava sendo transferida nas camadas superiores da atmosfera do Sol.

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Essas imagens confirmaram que as espículas poderiam atingir temperaturas de cerca de 1 milhão de graus Celsius. Essa explosão de alta energia pode muito bem ser suficiente para aquecer a coroa até as altas temperaturas que os cientistas registraram.

A chave para toda essa coleta de dados cruciais são as imagens de alta resolução possíveis com o BBSO, oferecendo níveis de detalhes que não eram possíveis antes. À medida que a nossa tecnologia de observação do espaço melhora, mais descobertas devem surgir.E embora o novo estudo não seja suficiente para provar de forma abrangente que as espículas estão aquecendo a coroa – mais pesquisas e observações serão necessárias para isso – agora entendemos as espículas e seus ciclos muito melhor do que antes.

A pesquisa foi publicada na revista Science.

FONTE / Science Alert

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