Qual o salário mínimo nos Estados Unidos

Daniela Marinho
Dólar americano. Imagem: Canva

No Brasil, o salário mínimo foi estabelecido pela Lei nº 185, de 14 de janeiro de 1936, sancionada pelo então presidente da República Getúlio Vargas. Mais tarde, em 1943, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regulamentou as relações trabalhistas, tanto no trabalho rural quanto no urbano. Mas como funciona e quanto vale o salário mínimo nos Estados Unidos?

A maior economia do mundo, cujo PIB nominal em 2021 foi de US$ 23 trilhões, paga aos seus trabalhadores por hora e não tem reajustado os valores desde 2009. No entanto, semelhante a como ocorre no Brasil, estagiários podem receber um piso ainda menor do que o salário mínimo.

Quanto vale o salário mínimo nos Estados Unidos

De acordo com um relatório divulgado pela National Low Income Housing Coalition em 2022, a média salarial dos trabalhadores que recebem por hora nos EUA é de US$ 18,78. Desse modo, o valor do salário mínimo nos Estados Unidos é definido por hora; assim, um trabalhador que recebe o salário mínimo federal ganha US$ 7,25 por hora, cerca de US$ 1.276 mensais para quem trabalha 40 horas por semana.

Há dois anos atrás, em 2020, cerca de 73,3 milhões de trabalhadores norte-americanos eram pagos por hora, mas apenas 247 mil recebiam o salário federal de US$ 7,25. A maioria massiva era de trabalhadores do setor de alimentação -cozinheiros, faxineiros, garçons e atendentes.

Como funciona o salário mínimo nos Estados Unidos

Salario minimo nos Estados Unidos1
Imagem: Canva

O salário mínimo nos Estados Unidos não é padronizado. Consequentemente, poucos trabalhadores recebem o salário mínimo federal, pois cada estado tem autonomia para definir seu próprio piso salarial.

Nesse contexto, a Califórnia é o estado com o salário mínimo mais alto, tendo sido o primeiro a alcançar US$ 15 por hora, exceto o distrito de Columbia, onde fica a capital Washington D.C.

Além disso, Connecticut, Delaware, Flórida, Illinois e outros já aprovaram leis para alcançar os US$ 15 nos próximos anos. Nova York e outras cidades também definiram o piso em US$ 15 por meio de leis municipais.

Poder de compra do salário mínimo estadunidense

Quando comparado ao salário mínimo brasileiro, o salário mínimo nos Estados Unidos tem um valor de compra superior. Enquanto nos EUA é possível comprar um iPhone Pro Max de 256 GB com um salário mínimo mensal, uma vez que lá o item custa cerca de US$ 1.277 com taxas. No Brasil, o produto custa R$ 11.108 — são necessários, portanto, quase nove meses de salário para a aquisição do celular.

Outro exemplo significativo é um videogame de última geração, como o PlayStation 5: com metade do salário mínimo nos Estados Unidos seria suficiente para adquirir o item. Já no Brasil, seriam necessários três salários e meio, pois aqui o mesmo produto custa R$ 4.399,90.

Salário norte-americano é considerado defasado e insuficiente

Embora o poder de compra nos Estados Unidos seja maior do que na grande maioria dos países, o salário mínimo é considerado defasado e insuficiente, uma vez que a população mais pobre sofre para pagar moradia e saúde, itens básicos de sobrevivência.

Segundo o documento Poverty Guidelines, divulgado anualmente pelo The Assistant Secretary for Planning and Evaluation (ASPE) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS), é definido quanto uma família deve ter de renda para poder viver com a mínima qualidade.

Com as indicações, ficam abaixo da linha da pobreza as famílias com dois membros que recebem anualmente US$ 18.310. Um trabalhador que recebe o salário mínimo ganha anualmente US$ 15.312. Para famílias com quatro pessoas, o rendimento familiar deve ser de US$ 27.750 por ano (US$ 6.937,50 mensais) para que ela esteja acima da linha da pobreza.

Nesse sentido, há no Congresso americano um projeto de lei para atualizar o salário mínimo federal dos Estados Unidos para US$ 15 a hora. Os defensores do projeto afirmam que isso elevaria a qualidade de vida de trabalhadores de todo o país.

Em contrapartida, quem é contrário ao projeto argumenta que as pequenas empresas não teriam recursos suficientes para pagar salários elevados, o que acarretaria em mais insegurança para o país, bem como mais desemprego.

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