Durante uma viagem, seja ela de ônibus, carro ou avião, é bastante comum as pessoas se automedicarem afim de reduzir o enjoo. A ânsia de vomitar é ocasionada por um certo desconforto no estômago, seguida por calafrios e mal-estar. Apesar de não ser considerada como uma doença grave, essa sensação é provocada quando se está dentro de um meio de transporte e pode ser combatida sem o uso de medicamentos.
Carros robóticos podem ser um perigo para a saúde mental?
Um estudo publicado recentemente na revista Applied Ergonomics, revela que é possível amenizar as náuseas usando somente um treinamento no cérebro. De maneira geral, esse treinamento seria, basicamente, para o indivíduo se manter focado em outras coisas durante o seu trajeto.
A preocupação maior para os pesquisadores da Universidade de Warwick é causada pelo avanço tecnológico no setor automobilístico. Assim, no ano em que todos os carros serem robotizados, a única opção do portador do veículo é ser um bom passageiro e aguardar seu destino.
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Entretanto, o fator agravante é no momento de um trânsito mais denso. Para tentar chegar o mais rápido possível, seja em casa ou no trabalho, é preciso se manter acelerado durante todo o trajeto. Porém, ficar sentado enquanto um veículo é conduzido por ninguém, pode gerar sensações de pânico, medo e enjoos.
Assim, para evitar futuros desconfortos nos motoristas, enquanto esses ainda estão no controle do seu veículo, é necessário que estes sejam preparados antes que ocorra a substituição dos carros. Dessa forma, quando as estradas forem dominadas por carros robóticos, a mente de cada indivíduo já tenha se acostumado com o fato de que está seguro e não precisa se preocupar.
Estudo visa estratégias para reduzir o enjoo durante a viagem
Pensando na produtividade durante o trajeto que a pessoa faz até chegar ao seu destino, a pesquisa contou com 42 participantes, no qual tiveram que realizar pequenas tarefas. O estudo durou 2 semanas, onde cada um dos convidados, eram colocados em um simulador no qual ficavam por 15 minutos.
Durante esse tempo, era solicitado que todos fizessem algumas atividades como, dobrar papel e um teste de rotação mental. Esse último, consiste, basicamente, em tentar adivinhar a forma de um objeto, após ele sofrer algumas rotações. Enquanto faziam os testes, os motoristas eram monitorados para saber se, com o passar dos dias, apresentavam alguma melhora e conseguiam reduzir o enjoo.
Após o período de 2 semanas, foi notável o quanto as habilidades visuoespaciais haviam melhorado em cerca de 40%. Quando os participantes estavam nos simuladores, houve uma redução de 51% quanto a redução dos enjoos, e referente ao procedimento dos testes feitos na estrada o enjoo reduziu em 58%.
No momento, os autores do trabalho ainda não sabem explicar como o enjoo é reduzido usando técnicas de habilidades visuoespaciais. Essa é uma resposta que deverá ser obtida durante um próximo projeto, afim de tentar evitar que uma simples viagem, seja transformada em uma verdadeira tortura.
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Em um comunicado, Joseph Smyth, autor do estudo, fez o seguinte relato, “imagine se, quando alguém está esperando por um test drive em um novo veículo autônomo, pudesse sentar-se no showroom e fazer alguns ‘quebra-cabeças de treinamento cerebral’ em um tablet antes de entrar no carro, ajudando a reduzir o enjoo”.
O artigo científico foi publicado no periódico da Applied Ergonomics.