As ondas cerebrais do bebê se sincronizam com as da mãe

Ruth Rodrigues
(Imagem: neildodhia/Pixabay)

É perceptível que, após o nascimento de um filho, a mãe da criança crie um laço bastante forte com o pequeno ser gerado em seu ventre. No entanto, essa ligação vai muito além de algo físico. Pensando nessa situação, pesquisadores revelaram na reunião anual da Cognitive Neuroscience Society (CNS) em São Francisco um novo estudo que investigou um pouco mais sobre a relação das ondas cerebrais de uma criança com a sua progenitora.

Os laços formados entre mãe e filho

Segundo os resultados da pesquisa, os bebês veem na figura feminina um alguém que irá lhe ensinar a como socializar com as coisas desse seu novo mundo. Apesar de ser um mecanismo incrível, ainda há muito caminho para percorrer, uma vez que ainda não está claro como essa ligação é feita no cérebro humano.

Esse foi somente um dos inúmeros trabalhos apresentados durante a CNS. Portanto, trata-se de uma área temática que vem chamando bastante a atenção dos neurocientistas cognitivos. Dessa forma, esse evento foi marcado como o início de uma nova jornada, na qual os pesquisadores visam entender um pouco mais o cérebro social.

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Os métodos utilizados, até o momento, para a realização de estudos de neuroimagem, os voluntários eram inseridos em diversos contextos. Desde salas vazias, barulhentas, escuras ou em máquinas para uma avalição cerebral. Essas situações poderiam causar algumas interferências quanto ao resultado das pesquisas.

E foi pensando nisso que Thalia Wheatley, do Dartmouth College, está buscando métodos inovadores, mas não invasivos, para analisar sobre o comportamento do cérebro em um contexto social. Para Wheatley, “existe uma grande lacuna no conhecimento sobre como nossos cérebros funcionam em conjunto com outras mentes”.

As ondas cerebrais que sintonizam mãe e filho

A pesquisa foi realizada com a ajuda de um eletroencefalograma (EEG) sem fio, no qual monitorava as emoções expressadas pelo bebê ao analisar os brinquedos que havia a sua disposição. Enquanto aguardavam pela escolha da criança, os estudiosos analisavam as suas expressões faciais, seja ela positiva, como o sorriso ou negativa, como a testa franzida.

Ao mesmo tempo que verificavam as expressões do bebê, foi analisado também a sua sincronia neural com sua mãe. Esse tipo de sincronia é caracterizada quando as ondas cerebrais entre duas pessoas estão em um mesmo padrão. Outro ponto notado pela equipe da pesquisa foram os olhares que a criança dava para sua progenitora, algo como se buscasse a sua aprovação.

Esse estudo pode abrir novos caminhos, ao ser adaptado e utilizado dentro da sala de aula, por exemplo. No entanto, tudo é uma questão de aperfeiçoamento, para que a formação de um laço social entre as pessoas, tenha uma análise mais profunda. O lado negativo dessa metodologia é devido ao fato que, com o EEG, também é possível acompanhar as dores sentidas pela criança, o que causa certa sensação ruim.

Quando questionada, Leong, uma das autoras, revelou estar “interessada em entender o que acontece quando pais ou filhos falham em sincronizar as ondas cerebrais uns com os outros. O que pode ocorrer em certas dificuldades de saúde mental, transtornos de desenvolvimento, e o impacto que isso pode ter na aprendizagem e no desenvolvimento a longo prazo”.

Com informações de Cognitive Neuroscience Society.

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