Meteoroide quica na atmosfera e volta ao espaço: assista ao vídeo

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: Global Meteor Network).

Um meteoroide quica na atmosfera da Terra e retorna ao espaço. Parece história de pescador, mas isso realmente aconteceu há alguns dias. Em 22 de setembro, o meteoroide protagonizou o caso bastante peculiar, que chamou atenção da mídia e dos internautas. Um meteoroide é um fragmento de um asteroide ou um cometa. Em outras palavras, qualquer rocha menor do que um asteroide e maior do que uma molécula.

Quem flagrou foi uma câmera da Global Meteor Network (Rede Global de Meteoros, na tradução para o português). O meteoroide chegou a 91 km de altitude – abaixo de quaisquer satélites na órbita da Terra -, mais ou menos acima dos céus da Holanda e da Alemanha.

O físico Dennis Vida, pós doutor pela universidade canadense  Western University na província de Ontário, tentou rastrear a origem da rocha. Ele chegou até uma família de rochas espaciais próxima a Júpiter. No entanto, os resultados não foram muito conclusivos para se afirmar com certeza o ponto de origem de fato.

Além disso, Vida publicou, em seu Twitter, um vídeo mostrando a rota do meteoroide quicando na atmosfera da Terra. Veja:

“Um raspão na Terra acima do N da Alemanha e da Holanda foi observado por 8 câmeras #globalmeteornetwork em 22 de setembro, 03:53:35 UTC. Ele entrou na atmosfera a 34,1 km/s, atingiu a altitude mais baixa de ~ 91 km e voltou ao espaço!”, diz o tweet.

Como um meteoroide quica na atmosfera?

Embora o fenômeno não aconteça com muita frequência, ele também não é tão incomum assim. Ele ocorre eventualmente, algumas vezes por ano. Ele é chamado de Earthgrazer, e não há uma tradução exata para o português. Mas trata-se da ricocheteada na atmosfera da Terra. A maior parte das rochas espaciais entram na atmosfera e, então, são queimadas antes mesmo de chegar ao solo.

Trata-se de um fenômeno físico. É como aquelas pedrinhas que jogamos em um lago para quicar. Qualquer um que já tenha feito isso sabe que temos que jogar em um ângulo bastante aberto para que funcione. O meteoroide entra em um ângulo aberto e em uma velocidade extremamente alta. Dessa forma, portanto, não é atraído pela gravidade da Terra.

Pintura de um Earthgrazer ocorrido em 1860, por Frederic Church .

O Global Meteor Network

O Global Meteor Network é um projeto espalhado por diversos pontos do globo que visa fornecer imagens e fazer um monitoramento das rochas espaciais em tempo real. Da mesma forma, no Brasil, há um projeto semelhante, chamado BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network), que exerce a mesma função.

Quanto à rede global, Vida explica em um comunicado da ESA: “A rede é basicamente um instrumento científico descentralizado, formado por astrônomos amadores e cientistas cidadãos de todo o planeta, cada um com seus próprios sistemas de câmeras”.

“Disponibilizamos todos os dados, como trajetórias e órbitas de meteoróides, ao público e à comunidade científica, com o objetivo de observar raras explosões de meteoros e aumentar o número de quedas de meteoritos observadas e ajudar a entender os mecanismos de entrega de meteoritos à Terra”.

Com informações de Universe Today e ESA.

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