Como melhorar a memorização? Aprenda com os gregos antigos

Amanda dos Santos
Estátua do filósofo grego Aristóteles. (Imagem: Shutterstock)

O desejo de descobrir como melhorar a memorização e identificar como funcionam as mentes por trás de grandes feitos utilizando a memória impulsionou o estudo publicado na revista científica Neuron.

A descoberta feita no estudo aprimorou a capacidade de memorização de pessoas com habilidades de memória típicas em 40 dias.

É possível aumentar as habilidades de memória?

Neurocientistas cognitivos examinaram os cérebros de 23 “campeões mundiais da memória” para descobrir como aprimorar o cérebro de pessoas com habilidades de memória típicas.

Logo, os pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, observaram os cérebros desses campeões com memória excepcional usando ressonâncias magnéticas estruturais. Imagina-se que a estrutura física desses cérebros seja mais robusta. Mas, não foi o que essas varreduras apontaram.

Em vez disso, os pesquisadores notaram grandes diferenças nos padrões de conectividade do cérebro.

Em particular, o que diferenciava fortemente os campeões de memória eram subconjuntos de 25 conexões.

É importante ressaltar que o efeito observado foi impulsionado principalmente por padrões de conectividade entre as redes cerebrais, durante o repouso da linha de base de tarefas.

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Como melhorar a capacidade de memorização?

Acredite no poder do grego antigo

Os atletas de memória testados nesse estudo relataram ter estratégias de treinamento mnemônicas para aprimorar suas habilidades de memória.

Assim, essa informação fez os pesquisadores se perguntarem: Será que a mente de qualquer pessoa pode, por meio do treinamento, ter esses padrões de conectividade extremamente nítidos? Se sim, então qualquer pessoa pode obter habilidades de memória espetaculares?

Então, os pesquisadores reuniram 51 pessoas com habilidades típicas de memória e os conduziram ao treinamento Método de Loci.

Esta técnica surgiu dos gregos e romanos antigos. Loci é um termo latino para “lugares”.

A premissa básica é visualizar um espaço físico, talvez uma rua ou parque, e memorizar o lugar de algumas palavras, itens ou conceitos conforme você “anda” pelo espaço em sua imaginação.

Dessa forma, o treinamento foi realizado 30 minutos por dia, durante 40 dias.

Como resultado, antes do treinamento realizado com o Método de Loci, as pessoas que participaram do estudo conseguiam lembrar em média de 26 a 30 palavras. Depois, elas se lembraram de, em média, 65 palavras.

Quais foram as descobertas para a memória?

Por fim, foram realizadas ressonâncias magnéticas de acompanhamento para verificar se aquelas 25 conexões que diferenciavam os campeões de memória, haviam mudado de alguma forma nas pessoas que realizaram o estudo.

A descoberta foi o desenvolvimento em duas regiões do cérebro: o córtex pré-frontal medial e o córtex pré-frontal dorsolateral direito.

Essas regiões estão associadas à relação de novos conhecimentos com conhecimentos pré-existentes e aprendizagem estratégica, respectivamente.

De acordo com o autor Martin Dresler, professor assistente de neurociência cognitiva, em um comunicado ele relatou que faz sentido essas conexões serem afetadas. Essas são exatamente as áreas testadas pelo Método de Loci para a memorização.

A organização da rede cerebral associada à memória pode ser alcançada com o Método de Loci.

A prática do Método de Loci leva os indivíduos a criatividade e a memorização.

O estudo foi publicado na revista científica Neuron. Informações da IFL Science.

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