Lítio presente na água potável está associado a menores taxas de suicídio, sugere estudo

Wellington Reis
Imagem: Pixabay

A Brighton and Sussex Medical School (BSMS) e o Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College London fizeram um estudo que associa a presença de lítio presente na água com menores taxas de suicídio.

O estudo, publicado no British Journal of Psychiatry, teve amostras de todos o mundo e notou que áreas com maiores níveis de lítio na água potável pública tinha taxas de suicídio mais baixas. Mas será que ele tem mesmo esse efeito?

Lítio presente na água pode diminuir as taxas de suicídio?

De acordo com o professor Anjum Memon, presidente de Epidemiologia e Saúde Pública da BSMS e principal autor do estudo “é promissor que níveis mais altos de traço de lítio na água potável possam exercer um efeito anti-suicida e ter potencial para melhorar a saúde mental da comunidade. […] A prevalência de condições de saúde mental e as taxas nacionais de suicídio estão aumentando em muitos países. Em todo o mundo, mais de 800.000 pessoas morrem por suicídio todos os anos, ele é a principal causa de morte entre pessoas de 15 a 24 anos. ”

E ainda continuou: “Nestes tempos sem precedentes de pandemia de COVID-19 e o consequente aumento da incidência de condições de saúde mental, é cada vez mais importante acessar formas de melhorar a saúde mental da comunidade e reduzir a incidência de ansiedade, depressão e suicídio.”

O chamado “Íon Mágico”, o lítio, é usado para tratar de episódios maníacos e depressivo, pois ele estabiliza o humor. Como ele tem propriedades anti-agressivas, ele também reduz a impulsividade, diminuindo agressões e comportamentos violentos.

Normalmente encontra-se o lítio em pequenas quantidades em vegetais, grãos, especiarias e na água potável. Dá para encontrá-lo em praticamente todas as rochas, e, portanto, sempre se acaba encontrando-o abastecimento de água.

Lítio presente na água potável está associado a menores taxas de suicídio
Lítio presente na água potável está associado a menores taxas de suicídio, sugere estudo. (Imagem: Daria Shevtsova / Pexels)

Lítio e seus efeitos “milagrosos”

Desde muito tempo se conhece os benefícios do lítio. Havia, por exemplo, um antigo medicamento dos nativos norte-americanos chamado Lithia Springs. Mostrando que há muitos anos o lítio era relacionado a benefícios.

Outros estudos mais recentes mostram que o lítio também tem um efeito de redução da incidência de alzheimer e de outras demências. O que, portanto, aumenta seu potencial no combate contra elas. No entanto, mais estudos são necessários para saber quais são seus benefícios ao certo.

De acordo com o professor Allan Young, presidente de transtornos de humor do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência, King’s College London, “esta síntese e análise de todas as evidências disponíveis confirmam achados anteriores de alguns estudos individuais e mostram uma relação significativa entre níveis mais altos de lítio na água potável e menores taxas de suicídio na comunidade”. Portanto, uma grande evidência a favor dos efeitos do lítio.

E completou: “Os níveis de lítio na água potável são muito inferiores aos recomendados quando o lítio é usado como medicamento, embora a duração da exposição possa ser muito maior, potencialmente a partir da concepção. Essas descobertas também são consistentes com as constatações em ensaios clínicos de que o lítio reduz o suicídio e comportamentos relacionados em pessoas com transtorno do humor.” Ou seja, diminuindo a impulsividade das pessoas.

Beber água
(Imagem: Daria Shevtsova / Pexels)

Segundo os cientistas, o próximo passo é analisar como o lítio pode ser usado contra comportamentos violentos, e também de abuso de substâncias.

Conclusão

O estudo foi feito através de uma revisão sistemática e metanálise de todos os estudos anteriores sobre o assunto, e nele estão incluídos países como Áustria, Grécia, Itália, Lituânia, Reino Unido, Japão e EUA. No todo, foram analisadas 1286 regiões e municípios desses países.

Apesar disso, estudos ainda tem de ser realizados sobre a eficiência do lítio, e como ele pode ser aperfeiçoado. Desse modo, os benefícios dessa substância poderão ser melhor aproveitados.

O estudo foi publicado na revista The British Journal of Psychiatry. Com informações de Technology Networks.

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