Lesmas do mar carregam uma “fábrica de armas” bacterianas

Damares Alves

Delicada, mas perigosa, a lesma-do-mar Elysia Rufescens devora algas marinhas, absorve suas substâncias tóxicas defensivas e as utiliza para se proteger de seus predadores.

Pesquisadores da Princenton University descobriram uma relação no mínimo curiosa entre o molusco, as algas e as bactérias. A espécie bacteriana Candidatus Endobryopsis kahalalidefaciens produz cerca de 15 toxinas diferentes, dessas substancias uma foi avaliada como um possível fármaco para tratamento do câncer – mas não são capazes de sobreviver em outro ambiente senão nas algas, então liberam substâncias tóxicas que impedem que as plantas marinhas sejam devoradas por predadores, exceto pela E. rufescens, que é imune a essas toxinas.

A lesma não somente é resistente às toxinas, como também é capaz de armazenar o veneno produzindo um arsenal químico até dez vezes mais potente que aquele presente nos argaços.

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Mas não para por aí, a Elysia pertence a uma família de “lesmas movidas a energia solar”, que recebem esse nome porque sequestram, juntamente com os produtos químicos defensivos, a maquinaria fotossintética produtora de energia das algas, tornando-os alguns dos poucos animais no mundo que criam seus próprios nutrientes a partir da luz solar.

FONTE: Sea slugs use algae’s bacterial ‘weapons factory’ in three-way symbiotic relationship [Princenton University]

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