9 curiosidades sobre a vida do escritor e visionário Júlio Verne

Daniela Marinho
Imagem: Reprodução / La Croix

Amplamente conhecido como o “pai da ficção científica” devido às suas obras pioneiras que anteciparam muitos avanços tecnológicos e científicos do século XX, Júlio Verne é o autor de obras incríveis e que praticamente todo o mundo já ouviu falar, como “Viagem ao Centro da Terra”, “Vinte Mil Léguas Submarinas” e “A Volta ao Mundo em 80 Dias”.

Suas histórias frequentemente exploravam temas como exploração, aventura, viagens extraordinárias e o potencial da tecnologia. Suas narrativas eram caracterizadas por uma combinação de imaginação vívida e detalhes técnicos realistas, o que lhe rendeu um grande número de admiradores e influenciou gerações posteriores de escritores, cientistas e inventores.

Tendo isso em vista, a popularidade de Júlio Verne continua significativa mesmo um século após a sua morte. Confira, portanto, 9 fatos super interessantes sobre Júlio Verne, um autor excepcional com uma personalidade bastante discreta.

1. Enfrentou problemas para se tornar um escritor

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Imagem: Divulgação / O Leme

O pai de Júlio Verne queria que ele se tornasse advogado, mas Verne sonhava em ser escritor. Ele estudou direito, mas sempre escrevia em segredo. Quando adulto, Verne tentou ser escritor, mas seus primeiros trabalhos não foram bem recebidos. Ele também trabalhou na bolsa de valores para sustentar sua família, mas continuou escrevendo nas horas vagas.

Após muitas rejeições, Júlio Verne finalmente encontrou um editor chamado Pierre-Jules Hetzel, que viu potencial em seu trabalho. Seu primeiro livro, “Cinco Semanas em um Balão”, foi publicado em 1863. Hetzel se tornou um amigo próximo e mentor, guiando Verne para o sucesso ao longo de sua vasta carreira, na qual produziu 62 romances e 12 contos.

2. Falta de reconhecimento

Júlio Verne buscava mais do que apenas entretenimento em suas histórias – ele almejava ser reconhecido como um grande escritor. Seu talento para despertar a imaginação dos leitores era admirável, mas suas obras, embora populares, eram vistas principalmente como literatura juvenil.

Apesar de indicações, ele nunca conseguiu um assento na prestigiosa L’Académie Française. No final de sua vida, lamentava não ter alcançado um reconhecimento mais profundo na literatura francesa por outros escritores.

3. Foi baleado pelo sobrinho

Apesar de ter levado uma vida tranquila e dedicada aos estudos, evitando polêmicas literárias e políticas e não ter inimigos declarados, em 1885, Verne foi baleado por seu próprio sobrinho, Gaston Verne.

A bala nunca foi removida e Verne teve que lidar com uma manqueira pelo resto de sua vida, inclusive precisou abrir mão do seu maior hobby, que era velejar. Os motivos por trás do ataque de Gaston nunca foram totalmente esclarecidos.

4. Verne não era cientista

Figura de Júlio Verne estudando na casa-museu Júlio Verne, na França.
Figura de Júlio Verne estudando na casa-museu Júlio Verne, na França. Imagem: Getty Images

Júlio Verne, mesmo sem formação em ciências, era conhecido por sua habilidade em prever avanços futuros. Ele passava horas lendo na biblioteca, fazendo anotações e questionando cientistas ao seu redor.

Sua influência se estendeu até mesmo ao pai da aviação, Alberto Santos Dumont, e aos pioneiros da exploração espacial, como Yuri Gagarin.

5. Pessimista quanto ao futuro papel da ciência

Embora tenha inspirado o progresso científico, Júlio Verne não era tão otimista quanto ao poder da ciência em resolver todos os problemas da sociedade. Sua visão não era clara devido à influência de seu editor, Hetzel, que buscava histórias otimistas e leves para o público.

No entanto, no final de sua vida, Verne começou a expressar um pessimismo mais evidente, talvez por estar livre das restrições de Hetzel após sua morte em 1886.

6. Futuro parasiense

“Paris no Século XX” foi escrito em 1863, mas rejeitado por ser sombrio. Publicado postumamente em 1994, retrata Paris em 1960, avançada tecnologicamente, mas culturalmente estagnada.

O protagonista, Michel, é um estudante de literatura em um mundo obcecado pela tecnologia. O livro previu avanços como táxis a gás e o desaparecimento do jornalismo, e abordou o tema das armas de destruição em massa.

7. “Antecipou” a missão Apollo 11

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Viagem ao redor da Lua.

Em 1865, Júlio Verne publicou “Da Terra à Lua”, antecipando muitos eventos que ocorreriam um século depois. A história segue um grupo de veteranos da Guerra Civil Americana que planejam uma viagem à Lua.

Este enredo reflete paralelos com o projeto Apollo da NASA, onde também ex-combatentes desempenharam papéis cruciais. Verne apostou nos Estados Unidos para liderar a missão, prevendo que a nação emergente seria capaz disso. Ele até escolheu a Flórida como local de lançamento, uma decisão replicada pela NASA.

A nave espacial, chamada Columbiad por Verne, ecoou na Apollo, que homenageou o autor nomeando sua nave Columbia. Verne também previu o uso de alumínio na nave e estimou os custos da missão.

8. Inspiração para Drácula e “televisão”

Júlio Verne escreveu “O Castelo dos Cárpatos” em 1892, influenciando possivelmente o romance “Drácula”, de Bram Stoker, lançado cinco anos depois.

A história envolve eventos misteriosos em um castelo na Áustria-Hungria, onde o Barão Rodolphe de Gortz se encanta pela cantora de ópera italiana La Stilla, que ele acredita estar morta. Ele fica hipnotizado ao ver sua imagem e ouvir sua voz em um dispositivo que se assemelha a uma televisão moderna.

9. Ideias sobre o futuro dos submarinos

Em “Vinte Mil Léguas Submarinas”, Júlio Verne descreve um submarino gigante comandado pelo Capitão Nemo. Embora escrito em 1869, quando a tecnologia não era viável, Verne se inspirou em Robert Fulton, criador do Nautilus em 1797.

O USS Nautilus, o primeiro submarino nuclear, homenageou a obra. Verne previu a eletricidade como fonte de energia para submarinos. Ele também antecipou várias outras tecnologias, como helicópteros, videoconferência, drones, cadeiras elétricas, mísseis guiados, velas solares e mais.

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