Raríssimos “filhotes de dragões” nasceram na Eslovênia

Erik Behenck
Foto tirada em 11 de junho de 2020, na caverna de Postojna. Foto: Jure Makovec / AFP

Três “filhotes de dragões” foram exibidos em uma caverna na Eslovênia, onde nasceram em 2016. Esses curiosos animais são uma rara e bem-sucedida criação. Os olmos das cavernas (Proteus anguinus) podem ser visitados diariamente por 30 pessoas.

Estes pequenos anfíbios quase translúcidos, também chamados de proteus, são antigos predadores subaquáticos, que podem viver até 100 anos, que se reproduzem apenas uma vez por década.

Há três anos atrás um olmo das caverna depositou aproximadamente 60 ovos, levando ao nascimento de 21 filhotes, que agora começaram a ser mostrados ao mundo.

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Um “baby dragon” sendo liberado em um aquário. Foto: Jure Makovec / AFP

Mas, porque eles foram mantidos longe dos olhos do mundo por 3 anos?

Isso aconteceu para que informações sobre os pequenos dragões fossem levantadas. Essa também foi uma forma que os pesquisadores encontraram para garantir a sobrevivência da espécie, criando este segredo.

Medindo aproximadamente 35 centímetros, eles são cegos e possuem quatro membros minúsculos, bem distantes dos monstros assustadores contados no folclore e nos filmes.

A pele rosada e translucida dos olmos facilita a visualização e localização de seus órgãos internos.

Os “filhotes de dragões” podem hibernar e ficar sem comida por até uma década. Ainda este ano foi anunciada a descoberta de um olmo que passou sete anos sem se mover. Já era esperado que este animais pudessem hibernar por bastante tempo, mas dessa vez o cientistas tiveram a oportude de presenciar este momento.

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Imagem: New Scientist

Os pequenos anfíbios carregam este nome, porque agricultores locais acreditavam que dragões viviam nas montanhas, e coincidentemente um animal tão parecido com a criatura mitológica não poderia receber outro nome.

Em 2016, quando os ovos foram colocados, passaram-se 142 até que o primeiro dragão bebê nascesse. Assim, o evento chamou muita atenção, já que essa é uma espécie ameaçada de extinção e muito raramente encontrada na natureza.

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O biólogo Primoz Gnezda se prepara para liberar um filhote de dragão em um aquário na caverna de Postojna. Foto: Jure Makovec / AFP

Foram depositados exatamente 64 ovos e a chance de nascerem era pequena, já que ao longo da vida, um animal deste gera, em média, dois filhotes que chegam na idade adulta. Mas, dessa vez o resultado foi espantoso, já que 21 nasceram e prosperaram.

Como são os “filhotes de dragões”?

Os olmos vivem principalmente nos rios das cavernas do Balcãs, também na famosa caverna Postojna, que fica 50 quilômetros a sudoeste de Ljubljana, a capital da Eslovênia. Esta caverna é considerada uma das principais da Europa, atraindo anualmente mais de 700 mil visitantes.

A caverna Postojna abriga mais de 150 espécies, sendo que uma das mais famosas é o “človeška ribica”, que na tradução para português significa “peixe humano”. Mas, este animal é chamado ainda de olmeiro, olmo, proteus ou dragão bebê. Sendo descritos pela primeira vez a quase 250 anos, eles estão entre os maiores animais que vivem em cavernas. Eles são inclusive os maiores vertebrados da Europa, que vivem exclusivamente no subsolo.

Os filhotes de dragões têm olhos subdesenvolvidos e por isso utilizam outros órgãos sensoriais para se locomoverem, eles possuem um excelente olfato e a capacidade de sentir até o campo elétrico mais fraco.

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