Dragão-de-Komodo está ameaçado pela mudança climática, indica IUCN

Mateus Marchetto
Imagem: gayleenfroese2 / Pixabay

Uma atualização da Lista Vermelha da IUCN (a União Internacional para a Conservação da Natureza) mostrou que diversas espécies de tubarões, bem como o dragão-de-Komodo, entraram para a lista de espécies ameaçadas de extinção.

De acordo com a atualização, ademais, 38.000 espécies agora recebem a classificação de “ameaçadas de extinção”. A lista, no total, avalia a situação de conservação de 138.000 espécies de animais e plantas. Acontece que agora o dragão-de-Komodo também participa da lista dos ameaçados, devido principalmente à atividade humana e à elevação do nível do mar.

komodo dragon 237805 1920
Imagem: janwinkler / Pixabay

Para as raias e tubarões a situação também é bastante complicada, ainda pior que a da maioria dos répteis. Em torno de 37% de todos os integrantes do grupo (condrictes) podem desaparecer do planeta nas próximas décadas.

Felizmente, algumas espécies estão se saindo bem no últimos anos tratando-se de ameaça de extinção iminente. Por exemplo, quatro das sete espécies de atum comercializadas internacionalmente estão se recuperando lentamente. De acordo com especialistas isso está ocorrendo devido à limitação da pesca destes animais nos últimos dez anos.

Todavia, a atualização da Red List trás mais alertas do que boas notícias – como a dos atuns. Diversas outras espécies de plantas e animais recebem agora a classificação de ameaçadas de extinção. Algumas destas, inclusive, chamam bastante a atenção justamente por serem restritas a pequenas áreas do planeta, como é o caso do dragão-de-Komodo.

Sinuca de bico para o dragão-de-Komodo

Os dragões-de-Komodo são os maiores lagartos do planeta. Estes répteis podem atingir até 3 metros de comprimento e pesar algo próximo dos 100kg. Em geral os dragões caçam porcos selvagens, cervos e até mesmo búfalos, utilizando sua saliva venenosa e cheia de bactérias para causar um choque séptico na presa.

Apesar de parecerem realmente monstros, contudo, os dragões-de-Komodo são animais tímidos e mal eram conhecidos até o século XX. Isso é um problema no sentido da conservação justamente pela falta de conhecimento biológico sobre o animal.

Além do mais, o fator mais agravante é que os hábitats do dragão-de-Komodo são extremamente pequenos. Estes lagartões vivem nos arredores da Ilha de Flores e, claro, também na Ilha de Komodo. Fora estas regiões, os dragões-de-Komodo não existem em qualquer outro lugar do planeta.

komodo dragon 1291969 1920
Imagem: photojim / Pixabay 

Ademais, pesquisas mostram que no período de 1970 a 2000, o hábitat dos dragões diminuiu em até 40% devido à fragmentação. Ou seja, a destruição de florestas e savanas está causando uma ameaça física significativa para os répteis.

Além desse problema, ainda, o dragão-de-Komodo vive em baixas altitudes, raramente atingindo 700m acima do nível do mar. Portanto, o aquecimento global deve reduzir ainda mais o espaço habitável destes répteis, pela elevação do nível do mar, possivelmente agravando ainda mais a sua classificação na Lista Vermelha.

Compartilhar