Deep Blue, o maior tubarão-branco já registrado em vídeo, tem mais de 50 anos

Giovane Sampaio
Reuters / BBC News Brasil

O tubarão-branco carrega consigo uma aura de mistério e medo, amplamente difundida em contos e produções cinematográficas de terror. A possibilidade de encontrar uma dessas criaturas, com seus impressionantes dentes afiados durantes um mergulho, é um cenário que poucos considerariam agradável, tal é a força da imagem assustadora que lhes foi atribuída ao longo dos tempos.

Por outro lado, a mergulhadora e fotógrafa da vida marinha, Kimberly Jeffries, parece navegar por outras águas quando se trata dessa espécie de predador. Em uma expedição no Havaí, enquanto registrava imagens de tubarões-tigres em ação, Jeffries se deparou com um encontro inesperado: uma fêmea de tubarão-branco de impressionantes 6 metros que se acredita ter mais de 50 anos de idade.

Este evento raro desafia a compreensão habitual dos biólogos marinhos sobre o comportamento dos tubarões-brancos em águas havaianas e suscita novas questões sobre seus padrões de migração e habitat.

Deep Blue: conheça a celebridade dos oceanos

Cientistas empregam métodos de rastreamento em tentativas de decifrar as rotas migratórias de tubarões-brancos, que frequentemente excedem os 4,5 metros.

O raro vislumbre desses majestosos predadores próximos à superfície dispara fascínio não apenas acadêmico, mas também popular. A identificação de indivíduos recorrentes se torna possível graças à sua presença esporádica.

Curiosamente, uma fêmea de tubarão-branco ganhou notoriedade e o apelido de “Deep Blue”.

Com envergadura excepcional, “Deep Blue” destaca-se como uma das maiores de sua espécie já observadas, convertendo-a em uma figura de culto entre entusiastas marinhos e causando burburinho em redes sociais – a ponto de adquirir um perfil dedicado no Twitter.

Prenha ou só de barriga cheia?

Mergulhadores e pesquisadores no local observaram Deep Blue e mais duas tubarões com barrigas inchadas. Surge a questão: estariam elas gestantes?

O comportamento típico das tubarões fêmeas não inclui migração para essa região durante a gravidez. Entretanto, o inchaço sugere gestação.

A comunidade científica permanece cautelosa, levando em consideração comportamentos migratórios conhecidos, o que demanda uma análise mais profunda para confirmar a condição das tubarões.

A gestação dos tubarões-branco ainda é um mistério. Foi apenas em 2023 que os cientistas puderam presenciar pela primeira vez um recém-nascido de um desses tubarões.

Predadores em perigo

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, 11 das 30 espécies de tubarões conhecidas estão sob a ameaça de extinção.

Tendo papel crucial na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas marinhos, os tubarões são frequentemente rotulados como seres maléficos, fomentando uma imagem distorcida sobre sua verdadeira natureza.

Fatores humanos, como a pesca predatória para o consumo de carne e barbatinas, têm colocado estes animais em risco.

O prato Sopa de Barbatina é altamente valorizado em determinadas culturas, aumentando ainda mais a pressão sobre as espécies.

Cabe ressaltar ainda que a situação dos tubarões-brancos é especialmente preocupante. Pesca descontrolada e poluição já ameaçam seriamente a sobrevivência dos tubarões-brancos da África do Sul, ilustrando a urgência de um olhar atento e ações concretas para a conservação destes predadores marinhos.

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