Datação por radiocarbono diz que Machu Picchu é mais antigo do que imaginamos

Rafael D'avila
taken September 2016

Datação por radiocarbono revela que Machu Picchu é mais antigo do que pensávamos. O território não era cidade, mas sim um aglomerado de edifícios de pedras, como um palácio, onde a elite inca ‘escapava’ da pressão da Cusco.

No espaço, desfrutavam de banquetes, jogos, caça e uma série de regalias, ou seja, a região funcionava como uma espécie de colônia de férias. Diversos historiadores confiam nas evidências da era colonial para determinar quando o imperador Pachacuti começou a construir Macchu Picchu. Entretanto, uma datação por radiocarbono revelou que o ponto turístico peruano tem mais idade do que todos acreditavam.

Machu Picchu 02
Imperador Pachacuti Imagem: Divulgação/ Dreamy Tours

Richard Burger, da Universidade de Yale, que liderou a pesquisa junto com outros colegas, usou uma técnica chamada ‘espectrometria de massa do acelerador’ (MAS). Com ela, datou ossos e dentes dos 26 indivíduos recuperados de cemitérios em torno de Machu Picchu, e a revista Antiquity publicou os resultados.

Sem a datação por radiocarbono seria difícil obter esses dados

Conforme Jack Guy explicou para a CNN Travel, o famoso marco é pelo menos 2 anos mais velho do que os textos coloniais sugerem. Com base nas escrituras dos espanhóis que derrubaram o governo inca na década de 1530, Kevin Rawlinson afirmou ao Guardian que o imperador ordenou a construção de Machu Picchu, como sua propriedade, entre 1440 e 1450.

“Até agora, as estimativas da antiguidade de Machu Picchu e da duração de sua ocupação baseavam-se em relatos históricos contraditórios escritos por espanhóis no período posterior à conquista espanhola”, diz Burger no comunicado. “A datação por radiocarbono sugere uma estimativa da fundação de Machu Picchu e da duração de sua ocupação. Com isso, conseguimos uma imagem mais clara das origens e da história do local”.

Datação por radiocarbono
A descoberta de Machu Picchu Imagem: Resumo Fotográfico/ Pinterest

Trish Biers, osteologista da Universidade de Cambridge, que não estava envolvido no estudo, apontou que fontes escritas ajudaram os pesquisadores a entender sobre esse período. Segundo ele, analisar as fontes como fatos requer cuidados, pois foram “fortemente influenciadas pela propaganda política, superioridade religiosa e a voz subversiva geral do Império Espanhol, que tinha sua própria agenda brilhante”.

“Sem uma compreensão do fundamento lógico por trás da política inca, da religião inca e da maneira como o inca se relacionava com as populações conquistadas e aliadas, a arqueologia seria de pouca utilidade. Sem a datação por radiocarbono seria muito difícil para os estudiosos interpretarem e contextualizarem suas descobertas”, diz ela.

Todos os restos humanos e outros achados arqueológicos da expedição de Bingham estão de volta a Cusco. Agora, permanecem conservados no Museu Machu Picchu, observa a declaração.

Com informações de Smithsonian Magazine.

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