Os 5 países mais pobres do mundo

Dominic Albuquerque
Mulheres num campo de refugiados na Uganda. Imagem: Unsplash

Os países mais pobres do mundo são todos da África Subsaariana, uma região que continua a ter atrasos devido a problemas de fraqueza institucional, corrupção, fraca infraestrutura e falta de capital humano. Mas a África Subsaariana também é incrivelmente diversa. Ainda que os países mais pobres do mundo estejam nessa região, ela também abriga algumas das economias mais dinâmicas atualmente.

Espera-se que Ruanda alcance um lugar no top 5 das economias com maior crescimento no futuro. Também se prevê que outros países, como Etiópia, Quênia, Senegal e Uganda cresçam nos próximos anos.

O PIB per capita é considerado um método importante de se analisar o quão rico ou pobre um país é quando comparado a outros. As projeções usadas nesse artigo são consensos com base nas previsões de mais de 1000 bancos renomados, think tanks de economia e firmas profissionais da área.

Com isso dito, vamos checar os países mais pobres do mundo de acordo com o PIB nominal per capita até o ano de 2025.

1. República Democrática do Congo

República Democrática do Congo
  • US$ 558 PIB per capita previsto para 2025

A República Democrática do Congo é o maior país da África Subsaariana, e teve uma jornada tumultuosa desde conquistar independência da Bélgica em 1960, com anos de conflitos violentos minando o desenvolvimento econômico, mesmo com a grande quantidade de riquezas minerais.

Além disso, a crise do Covid-19 causou uma contração na atividade econômica durante a redução da demanda global por commodities. A economia está se recuperando em direção a uma trajetória de crescimento modesto nos próximos anos, mas o potencial econômico do país será retido devido à fraca infraestrutura, um ambiente de negócios complicado e a fontes instáveis de alimentação.

2. Moçambique

Moçambique
  • US$ 607 PIB per capita previsto para 2025

Moçambique teve um crescimento geral rápido nas últimas décadas, ainda que esse impulso tenha se reduzido significativamente nos últimos anos. Em 2020, a economia se contraiu devido ao impacto da crise do Covid-19.

O crescimento deve acelerar nos próximos anos, devido a novos projetos de energia surgindo, o que irá aumentar o PIB per capita acima daquele da RDC até 2025. Contudo, a altíssima dívida externa, os preços voláteis em fontes de energia e a insurgência islâmica no norte do país são ameaças ao seu desempenho.

3. Uganda

Uganda
  • US$ 1.100 PIB per capita previsto para 2025

Após anos de insegurança e turbulência política após a independência do Reino Unido, em 1962, a Uganda tem demonstrado um crescimento forte nas últimas décadas, em meio ao crescimento da indústria e setores de serviços.

Contudo, permanece como um país extremamente empobrecido. Depois de sofrer com os efeitos do coronavírus, a previsão é de que Uganda tenha uma das melhores performances da África Subsaariana nos próximos cinco anos, aproximando o seu PIB per capita em relação aos dos países vizinhos.

Essa expansão deve ser dirigida pelo desenvolvimento do setor de petróleo, construção e serviços.

4. Ruanda

Ruanda
  • US$ 1.122 PIB per capita previsto para 2025

A economia de Ruanda teve uma longa jornada desde o genocídio no início dos anos 1990, o que destruiu a economia do país, assim como sua estrutura política e social. O PIB per capita cresceu de US$ 250 em 2000 até acima de US$800 em 2019.

Ainda que a crise do Covid-19 tenha atrapalhado o progresso nos últimos anos, em meio ao fechamento de muitos negócios, a expectativa é de que haja um crescimento rápido do PIB no horizonte previsto, apoiado por aumento nos investimentos.

Contudo, a fraca posição fiscal, a poupança doméstica baixa e o encarecimento da energia apresentam riscos. Além disso, o desenvolvimento impressionante do país nas últimas décadas dependeu em grande parte na liderança de Paul Kagame. Um final do seu governo poderia trazer maiores inseguranças.

5. Zimbábue

Zimbábue
  • US$ 1.185 PIB per capita previsto para 2025

Nos anos iniciais após a independência alcançada em 1980, o Zimbábue parecia guardar um imenso potencial econômico. O país era relativamente rico para os padrões subsaarianos, com terras férteis, infraestrutura desenvolvida, ricas reservas minerais e uma população educada.

Contudo, nas décadas subsequentes a economia entrou num declínio terminal sob a liderança de Robert Mugabe, com o desemprego aumentando e a economia sendo atingida por hiperinflação. Recentemente, o covid-19 causou ainda mais danos ao país.

Para o futuro, as condições econômicas devem permanecer precárias no horizonte previsto, com expectativa de que o PIB per capita seja menor em 2025 do que foi em 2019. O que vai impedir o potencial da economia é a alta inflação, a incerteza no ambiente político e a falta de bens básicos.

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