Conheça o ciclone Raoni, o quase-furacão que está soprando o sul do Brasil

Mateus Marchetto
O ciclone subtropical Raoni quase atingiu a categoria de furacão nos últimos dias. Imagem: Zoom Earth

Nos últimos dias, o tempo virou assustadoramente no sul do país. De vendavais no Rio Grande do Sul a neve em Santa Catarina, toda a região está sentindo a mudança. Toda essa bagunça, por conseguinte, está sendo causada por um ciclone subtropical, o Raoni, que também estava ligado a uma frente fria e a uma segunda tempestade extratropical.

O ciclone Raoni foi a mais forte tempestade a atingir a costa do Brasil desde o furação Catarina, de 2004. Felizmente, o ciclone não atingiu as proporções de seu precursor e deve se afastar da costa da América do Sul nos próximos dias.

De acordo com autoridades, a tempestade subtropical não representa, contudo, um risco à população. Na verdade, o ciclone tem chamado a atenção de cientistas e pesquisadores ao redor do mundo pelas suas peculiaridades.

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Imagem: Marinha do Brasil

Como dito antes, o Raoni se formou junto a uma tempestade extratropical e uma frente fria enorme. Posteriormente ele se desprendeu de ambos e agora avança em direção ao Oceano Atlântico, onde deve perder força e desaparecer. A frente fria, contudo, progride em direção ao sudeste, trazendo temperaturas de até -10°C no sul do país.

Além do mais, de acordo com a estimativa pela técnica Dvorak, o ciclone atingiu uma intensidade de 3,5 com ventos de até 104km/h. Acima da intensidade 4,0 e ventos de 119km/h, a tempestade passa a ser um furacão.

Como surge um furacão e um ciclone

A atmosfera do planeta é um sistema complexo e dinâmico. Por esse motivo, inclusive, as previsões do tempo nem sempre acertam, já que são inúmeros fatores que podem alterar o rumo do tempo. No entanto, furacões e ciclones são fenômenos bastante estudados entre os meteorologistas.

Um furacão aparece quando uma tempestade especialmente forte ganha ainda mais força. A evaporação da água do mar aquecida pelo sol forma correntes de ar ascendentes ao redor do centro da tempestade – ou o olho do furação. No interior dessas massas de ar há uma região de baixa pressão que “suga” o ar para si, aumentando ainda mais a velocidade do vento.

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Furacão visto do espaço. Imagem: Free-Photos/Pixabay 

Quando a tempestade possui ventos rápidos e sustentáveis o suficiente, portanto, ela se torna um furacão ou um ciclone. Um tornado surge de forma parecida, mas geralmente dura poucas horas.

Nos próximos dias, por conseguinte, o Raoni e a frente fria devem causar ventos de até 70km/h no litoral do Rio Grande do Sul e de até 50km/h em Santa Catarina e no Paraná.

Com informações de MetSul.

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