Terapia fotodinâmica mostra-se eficaz no tratamento do câncer de pele

Jornal da USP
Foto: John Crawford/Domínio Público via Wikimedia Commons

O câncer de pele não melanoma é o mais comum no País e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Apesar disso, é, em geral, de evolução lenta e apresenta grandes chances de cura quando tratado precocemente.

O tratamento padrão oferecido pelo SUS é a cirurgia para retirada da lesão. Esse procedimento é o mais utilizado atualmente, mas sua indicação depende do tamanho e das caraterísticas da parte da pele atingida. A eficácia de outro tratamento do câncer de pele não melanoma acaba de ser comprovada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. Trata-se da terapia fotodinâmica, que envolve o uso de uma medicação sensível à luz com características muito específicas para ativar essa medicação.

Conta o pós-graduando José Dirceu Vollet Filho, um dos integrantes da equipe de pesquisadores, que, depois de 20 anos de pesquisas e estudos clínicos, a equipe obteve plenas condições para a implementação dessa terapia no SUS. Mas, antecipa o pesquisador, a “solicitação de incorporação da terapia fotodinâmica pela rede pública não recebeu parecer positivo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec)”.

A Conitec é um órgão ligado ao Ministério da Saúde, que assessora na decisão de incorporar, modificar ou excluir tratamentos e protocolos no atendimento do SUS. Em seu site, a comissão alega que, apesar de serem verificados benefícios estéticos no uso da terapia fotodinâmica, as evidências científicas sobre a eficácia e a segurança do procedimento são frágeis quando comparadas ao método cirúrgico convencional já oferecido no Sistema Único de Saúde.

O pesquisador Vollet Filho diz que os argumentos apresentados pela Conitec são refutáveis e pede que a população ajude através de uma consulta pública. Vollet Filho garante que a terapia fotodinâmica não substitui a cirurgia em todos os casos, mas pode ser um tratamento alternativo e, com isso, abranger um maior número de pessoas.

A audiência pública para que as pessoas se manifestem fica aberta até segunda-feira, dia 16, no site conitec.gov.br.

Este artigo foi publicado originalmente pelo jornal da USP além do arquivo de áudio, entre outras mídias que possuem autoria da rádio USP.

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