Astrônomos lançam um “atlas do universo”, além da Via Láctea

Erik Behenck
Foto: CSIRO / Cherney.

Um grande telescópio instalado na Austrália ajudou astrônomos a criarem um “atlas do universo”. Foram mapeadas cerca de 1 milhão de galáxias distantes e que eram desconhecidas. O trabalho foi conduzido pela Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), com o lançamento do Google Maps espacial.

O Australian Square Kolometer Array Pathfinder (ASKAP) realizou o seu primeiro levantamento de todo o céu do sul em um processo de uma década, usando ainda gerações passadas de telescópios. Assim, todas as imagens foram usadas para criar este novo mapa, onde é possível interagir e ver detalhes de galáxias distantes.

atlas do universo
O radiotelescópio ASKAP é referência na pesquisa do céu. Foto: CSIRO

Atlas do universo foi produzido com um telescópio avançado

O telescópio australiano possui um grande campo de visão, com receptores projetados pela CSIRO, capazes de fazer fotos panorâmicas com mais detalhes do que antes. Em suma, basta que sejam combinadas 903 imagens para que ele consiga mapear todo o céu do sul. Por outro lado, alguns equipamentos vistos em outras partes do mundo exigem milhares de imagens para fazer algo do tipo.

“É realmente uma virada de jogo”, disse o astrônomo David McConnell, que liderou o estudo CSIRO do céu meridional no Observatório de Radioastronomia de Murchison. “É mais sensível do que as pesquisas anteriores que cobriram todo o céu assim, então vemos mais objetos do que vimos no passado”, explicou McConnell.

De fato, foram encontrados alguns objetos não observados nos estudos anteriores e que agora chamaram atenção. Então, esse equipamento é capaz de repetir o procedimento dentro de pouco tempo. A pesquisa foi elogiada pela ministra australiana da Indústria, Ciência e Tecnologia, Karen Andrews.

“ASKAP é um grande desenvolvimento tecnológico que coloca nossos cientistas, engenheiros e indústria no banco do motorista para liderar a descoberta do espaço profundo para a próxima geração”, comentou a ministra.

Expectativa é de que o material auxilie em estudos futuros

O atlas do universo conseguiu catalogar algumas estrelas diferentes, que sofrem explosões violentas e podem servir para futuros estudos aprofundados. Então, isso pode ser útil para entender como as estrelas, as galáxias e buracos negros evoluem.

Existem milhões de pontos semelhantes a estrelas vistos no mapa, sendo que cada um deles representa uma galáxia distante. No total, foram flagradas mais de 3 milhões, sendo que 1 milhão delas nunca haviam sido vistas. Isso é possível graças ao hardware e ao softwares personalizados do CSIRO, que processa 13,5 exabytes de dados para gerar o mapa.

Em 2020 seria realizado o censo do IBGE no Brasil, mas a pandemia adiou para 2021. Os cientistas poderão usar os dados captados de uma maneira bem parecida com o censo. Então, poderão ser feitas análises estatísticas e muito mais.

Com informações do Mail Online.

Compartilhar