Asteroides assassinos de planetas foram encontrados se escondendo no Sol

Dominic Albuquerque
Imagem: NSF's NOIRLab/DOE/FNAL/DECam/CTIO/NOIRLab

Astrônomos descobriram três asteroides que se “escondiam” no brilho do Sol. Essas rochas espaciais são consideradas como objetos próximos à Terra, o que significa que suas órbitas as levam a cerca de quase 200 milhões de km da nossa estrela.

O maior dos três, nomeado como 2022 AP7, tem quase 1,6 km de diâmetro, grande o suficiente para ser chamado de um “assassino de planetas”. E tem uma órbita que poderia um dia cruzar caminho com a da Terra, de acordo com a NOIRLab, que opera o telescópio que avistou os asteroides.

Mas a descoberta não é motivo para receios, dizem os especialistas. “Há uma baixíssima probabilidade de impacto no futuro previsível”, contou Tracy Becker, cientista planetária do Southwest Research Institute.

Os cientistas dizem que o 2022 AP7 vai continuar longe da Terra, por enquanto. Mas talvez ele não seja inofensivo para sempre. Alan Fitzsimmons, astrônomo da Queen’s University Belfast, na Irlanda do Norte, relatou que “nos próximos milhares de anos, ele poderia se tornar um problema para nossos descendentes”.

Nesse evento, veríamos uma extinção em massa, algo que não ocorre no planeta há milhões de anos, de acordo com o astrônomo Scott Sheppard, do Carnegie Institution for Science.

Os asteroides em órbita nas proximidades celestes

No geral, os astrônomos encontraram 27.000 asteroides próximos à Terra. Desses, pouco menos de 1.500 têm uma chance (bem baixa) de colidir com a Terra nos próximos cem anos. Esses asteroides, portanto, são de baixo risco para a vida humana no planeta, mas no caso de perigos futuros, os cientistas já estão desenvolvendo técnicas de defesa.

Em setembro, a missão DART da NASA conseguiu mudar a órbita de um asteroid pequeno e benigno ao empurrá-lo com uma aeronave.

Ainda que os astrônomos tenham avistado milhares de asteroides próximos a Terra, eles encontraram apenas 25 dentro da órbita terrestre. Uma das razões é o brilho do sol, que os torna difíceis de serem vistos.

E os astrônomos que esperam encontrar esses objetos precisam olhar perto do horizonte, onde a espessura da atmosfera da Terra distorce a visão, de acordo com o NOIRLab. Além disso, eles têm apenas duas janelas de oportunidade com duração de dez minutos para procurar esses objetos no interior do Sistema Solar a cada noite.

Ainda segundo a NOIRLab, nenhum dos outros dois asteroides fazem interseção com a órbita terrestre. Um deles está mais próximo do Sol, e, assim como o 2022 AP7, também é considerado um “assassino de planetas”. Ainda que os astrônomos já tenham encontrado a maioria dos asteroides com tal tamanho, Fitzsimmons conta que “sabemos que ainda há outros lá fora a serem achados”.

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