Asteroide interestelar Oumuamua pode ser apenas um ‘floco de poeira’.

Felipe Miranda
Representação artística do Oumuamua. (Créditos da imagem: ESO/M. Kornmesser).

O Oumuamua foi descoberto em novembro de 2017. Trata-se do primeiro asteroide interestelar já encontrado.  Desde então, portanto, os cientistas olham com um grande ar de curiosidade para o objeto.

Diversas hipóteses já surgiram para explicá-lo. Alguns sonhadores torcem para que o asteroide seja, na verdade, uma nave alienígena. Entretanto, lamentamos te informar, que não é. 

Em junho de 2020, um estudo sugeriu que o Oumuamua pudesse ser um iceberg espacial de hidrogênio. Em agosto, outro estudo, no periódico The Astrophysical Journal Letters, mostrou, no entanto, que  não é possível que ele seja composto de hidrogênio, por algumas razões físicas e matemáticas.

Além disso, há diversos outros estudos que tentam entender sua composição. Portanto, esse é um assunto ainda em aberto, e não há certeza alguma sobre qualquer coisa em relação a ele. 

Agora, novamente no Astrophysical Journal Letters, e também disponível como preprint, no arXiv, um grupo de pesquisadores diz que o Oumuamua pode ser apenas um tufo de poeira.

É exatamente um tufo de poeira, de acordo com a concepção deles. Assim como aqueles flocos de poeira que se formam na sua casa, juntados pela energia estática. Só que bem maior do que isso.

Portanto, ao invés de uma nave alienígena super tecnológica, é possível ser apenas literalmente a poeira que a nuvem de Oort. A nuvem de Oort é uma nuvem de detritos espaciais que circula o sistema solar a uma distância muito grande) varreu para debaixo do tapete. 

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Ok, tudo no universo é formado por poeira espacial, até mesmo a Terra e nós, humanos. No entanto, nesse caso há a diferença de que é literalmente um tufo de poeira, e não um objeto mais sólido que acabou se formando a partir disso.

A formação do Oumuamua

Liderado por Jane Luu, astrônoma da Universidade de Oslo, localizada na Noruega, sugere que o núcleo de um cometa se destruiu e lançou poeira ao espaço. Essa poeira, portanto, formou o Oumuamua.

A hipótese também explicaria o motivo pelo qual a sua velocidade é tão alta. A hipótese do hidrogênio explicava também, perfeitamente, os 92 mil km/h, antes de ser refutado. 

A poeira, por sua vez, explica que, ao ser despejada pelo cometa, formou-se o Oumuamua. Além disso, os gases liberados “empurraram” o floco e o jogaram para longe.

É como se tivesse formado um floco de poeira tivesse se formado na sua mesa e, logo em seguida, um vento batesse e, portanto. o lançasse para longe. A diferença é, no entanto, que como não há resistência no espaço, esse vento o acelerou a 92 mil km/h. 

Essa aceleração é bizarra porque é muito alta. É, portanto, o asteroide mais rápido visto. Esse é um dos motivos que levou alguns a cogitarem a possibilidade de uma nave alienígena.

Além disso, o seu formato de “charuto espacial” chama muito atenção. Isso porque geralmente há a tendência nos objetos espaciais a adquirir um formato parecido com uma bola.

A ideia ainda não é uma prova, ainda menos uma teoria de fato. Por ora, trata-se apenas de uma hipótese que pode, assim como diversas outras já foram, ser refutada em breve.

O estudo foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters. Com informações de Space.com e Universe Today.

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