Arqueólogos abrem frasco e encontram mão mumificada de bebê segurando moeda

Elisson Amboni
Imagem: János Balázs/Archaeological and Anthropological Sciences

Em 2005, uma equipe de cientistas fez uma descoberta surpreendente em um cemitério abandonado em Nyarlorinc, na Hungria. Ao abrir um frasco, encontraram uma mão mumificada verde segurando uma moeda de cobre. A mão pertencia a um bebê e a moeda datava do período medieval tardio.

A equipe escreveu sobre a descoberta anos depois, relatando que encontraram “restos muito pequenos e de cor verde de um indivíduo perinado que parecia estar parcialmente mumificado”. A preservação dos restos era tão boa que a equipe decidiu convidar especialistas de outros campos científicos para investigar e analisar os ossos e os achados raros.

A moeda e o mistério da preservação

Um detalhe estranho e inexplicável do caso era a moeda encontrada ao lado dos restos mortais, que estava em circulação entre 1858 e 1862. Em outras palavras, o enterro ocorreu pelo menos 150 anos após o cemitério ter sido abandonado.

O principal mistério a ser explorado era o que havia causado a preservação vista no corpo, especialmente do tecido mole da mão. A mumificação natural é rara e geralmente ocorre em condições mais secas e/ou frias do que as encontradas no cemitério. Outros corpos colocados nas proximidades decaíram normalmente, apesar de estarem nas mesmas condições básicas.

Análises químicas e a presença de cobre

A equipe usou análises químicas nos corpos e encontrou a resposta: o corpo da criança estava repleto de cobre, especialmente, como seria de esperar, na mão agarrada à moeda de cobre. O cobre encontrado no corpo era 497 vezes maior do que os níveis encontrados em outras múmias.

As propriedades antimicrobianas da moeda de cobre impediam que a mão e outras partes do corpo que o cobre havia contaminado fossem decompostas por micróbios. A equipe acredita que este seja o primeiro caso de mumificação exclusivamente movida a cobre já relatado. Eles esperam que, com outros enterros ocorrendo com cobre colocado perto de corpos, “mais casos devem aparecer no futuro”.

Conclusão

A descoberta é um exemplo fascinante do potencial do cobre na preservação de tecidos moles. A análise e investigação multidisciplinar dos restos mostram a importância da colaboração entre diferentes campos científicos para entender melhor achados raros e únicos como este.

Com a possibilidade de mais casos semelhantes serem descobertos no futuro, essa descoberta pode fornecer insights valiosos para a arqueologia e a ciência da conservação.

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