O aneurisma cerebral consiste em um vaso sanguíneo no cerébro que incha de modo silencioso, com o risco de se romper, um dia. Esse rompimento pode ser fatal.
É difícil alcançar os vasos sanguíneos no cérebro, o que impede a avaliação de melhores chances de cura. Por isso, os médicos criaram um substituto 3D para estudar os tratamentos e dar algum treinamento prático para os colegas.
Assim, uma equipe de pesquisadores no Estados Unidos transformou o aneurisma ‘vivo’ em realidade. Eles fizeram o pioneiro aneurisma bioimpresso vivo sem estar no corpo humano. Ainda mais, a equipe concluiu um procedimento médico e observou a cura.
Essa novidade é importante, porque aneurismas cerebrais são complicados de identificar antes do rompimento. E identificá-lo significa parar o fluxo sanguíneo na área.
Formas de tratamento de um aneurisma cerebral
As maneiras de como tratá-lo costumam ser complicadas. No primeiro método, o cirurgião retira parte do crânio e, na base do aneurisma, insere um clipe pequeno de metal.
No segundo, é feito o enrolamento endovascular com um cateter inserido em uma artéria pela virilha. O cateter percorre o corpo até o aneurisma. Então, o próprio cateter leva a bobina até a dilatação.
Os dois tipos de tratamento interrompem o fluxo sanguíneo, consequentemente o aneurisma não cresce mais e, potencialmente, estourará. Mas as duas intervenções apresentam problemas, dependendo do caso do paciente.
O engenheiro William Hynes, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, explicou como surgiu o estudo. O objetivo foi achar formas melhores para tratar o aneurisma cerebral, então o experimento foi feito com modelagem computacional.
Ou seja, a estrutura foi criada para ser utilizada por um cirurgião. Então, a equipe imprimiu uma estrutura 3D simulando um aneurisma feito de hidrogel de fibrina-gelatina. Depois, eles inseriram células cerebrais humanas chamadas hCMECs (células endoteliais microvasculares cerebrais humanas).
Essas células se espalham e revestem o aneurisma ao longo dos próximos sete dias, assim formando um aneurisma vivo impresso em 3D.
O motivo dele ter sido chamado de aneurisma vivo é a aplicação de células humanas, já que outros aneurismas falsos tinham sido criados antes.
Conclusão do experimento
Após as células se espalharem, a equipe fez os experimentos nesse aneurisma recém-formado, em que corre plasma de vaca através da estrutura. Em seguida, é feita a própria bobina endovascular. Enfim, a bobina forma um coágulo na área.
O que significa que o fluxo sanguíneo é interrompido e o modelo funciona com sucesso.
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Mas, a equipe deixa claro que ainda falta bastante para que esse modelo possa ser reproduzido entre os médicos. Há mais trabalho em modelos computacionais de coagulação de três dimensões a serem realizados. Inclusive, usando velocimetria de imagem de partículas e imitando melhor a tensão de cisalhamento da parede que causa aneurismas.
O estudo científico foi publicado no periódico Biofabrication.