SpaceX lança 60 novos satélites da constelação Starlink na sexta-feira

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: SpaceX).
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Sexta-feira (23), 12h53 no horário de Brasília, a SpaceX lançará 60 novos satélites Starlink para a órbita terrestre, marcando o segundo lançamento do Starlink apenas nesta semana. Os satélites viajarão à bordo do clássico Falcon 9, principal foguete da SpaceX. O Falcon 9 se destaca pelo baixíssimo custo de lançamento, quando comparado aos concorrentes, justamente pelo fato de ser reutilizável. 

O lançamento ocorreria hoje, mas foi adiado, segundo a SpaceX, “para permitir tempo adicional para o trabalho de garantia da missão”. Ele ainda pode ser adiado novamente.

O lançamento ocorre a partir do Cabo Canaveral, na Flórida. O Falcon 9 decolará a partir do Complexo de Lançamento Espacial 40 (SLC-40. A base de lançamento do Cabo Canaveral, pertencente à Força Aérea, é a base mais clássica dos Estados Unidos. É de lá que partem a maior parte dos lançamentos norte-americanos. O mais criativo de tudo é o nome da balsa onde o primeiro estágio pousou – ‘Just Read the Instructions’ (Apenas Leia as Instruções, no português). 

O primeiro estágio do Falcon 9 utilizado nessa missão já voou anteriormente. Em junho de 2020, a SpaceX lançou a missão GPS III Space Vehicle, os novos satélites das Forças Armadas americanas para substituir parte dos atuais satélites da constelação do GPS.

Esse é o 14° lançamento dos satélites da constelação Starlink. Com ele, completasse 895 satélites Starlink no espaço. No entanto, a SpaceX ainda está muito longe de atingir a meta. Eles já possuem autorização para lançar 12 mil satélites, mas aguardam uma autorização do governo norte-americano para lançar mais – pasmem! – 30 mil satélites.

Trata-se de uma causa nobre, e bastante útil. A Starlink é uma constelação de pequenos satélites que orbitam a Terra para prover internet de banda larga de qualidade e com um preço consideravelmente baixo, em âmbito global. Esse lado é bastante vantajoso, já que, conforme a ONU, quase metade do mundo ainda não possui acesso à internet.

No entanto, a poluição visual causada por esses satélites levanta uma série de debates entre os cientistas e as agências reguladoras por todo o mundo. Mesmo com uma pequena fração de satélites lançada, os astrônomos e astrofotógrafos já sentem os efeitos, como essa foto do cometa Neowise que foi completamente arruinada pela passagem dos satélites:

Além disso, outras empresas já possuem interesse em fazer uma constelação semelhante. A Amazon, gigante do ramo varejista, por exemplo, já conseguiu autorização para lançar alguns milhares de satélites, a Constelação Kuiper.

Isso levanta grande preocupação, pois possivelmente significa que a astronomia a partir da Terra está arruinada. Nesse caso, poderíamos operar apenas telescópios espaciais, ou seja, telescópios na órbita da Terra. Já há planos para a construção de telescópios na Lua, a fim de fugir das interferências eletromagnéticas na Terra.

O lado nobre

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(Créditos da imagem: NASA).

O lado nobre do Starlink, é claro, é a democratização do acesso à internet. Os bilhões de pessoas sem internet não participam do mundo globalizado – estão décadas atrasados em relação a nós. Infraestruturas de telecomunicações são muito caras e demoram de trazer retorno financeiro, assim como quase qualquer tipo de infraestrutura.

Essa é a vantagem de se utilizar satélites. A SpaceX investiu muito tempo e trabalho no barateamento de satélites, para possibilitar a produção e lançamento em massa. Eles também investiram no barateamento de lançamento de foguetes. Imagine que você atira seu carro ao mar cada vez que vai ao supermercado – é mais ou menos isso que geralmente se faz com foguetes.

Os testes beta da utilização de internet fornecida pelo starlink já se iniciaram. A empresa disponibilizou internet, por exemplo, para nativos americanos. É a primeira vez que tribos indígenas dos Estados Unidos possuem acesso à internet banda larga em alta velocidade. Então, há os pontos bons, e há os pontos negativos, e é extremamente difícil dar um veredito.

Com informações de Space.com e Starlink.

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