Pico da chuva de meteoros Geminídeos ocorre em 13 de dezembro

Felipe Miranda
(Asim Patel / Wikimedia Commons).

Ao longo do ano, há diversas chuvas de meteoros [digamos…] sazonais – isto é, que ocorrem naquela época específica do ano, e se repetem sempre naquele momento. Todo ano, no mês dezembro o asteroide Phaethon nos presenteia com a chuva de meteoros Geminídeos.

Dezenas de meteoros cruzam a atmosfera todos os dias. No entanto, geralmente não os vemos, pois há uma baixa cadência. As chuvas de meteoros, por sua vez, ocorrem quando a Terra cruza o rastro de um cometa ou asteroide. Os meteoros, portanto, são fragmentos que escaparam desse corpo maior. 

Para observar a chuva de meteoros Geminídeos, veja as dicas que já demos nas Táuridas, em novembro. Mas nesse caso, procure pela constelação de gêmeos. Utiliza aplicativos de smartphone, como Skymap e Stellarium para isso. Após encontrar a constelação, basta ter paciência e observar o céu por um tempo considerável até seus olhos se acostumarem com a baixa luminosidade. Mas evite utilizar o celular ou qualquer tela brilhante. Acesse as dicas por meio deste link.

Chuva de meteoros Geminídeos

O curioso é que as chuvas de meteoros geralmente originam-se de esplendorosos corpos celestes, como é o caso da chuva de meteoros Orionídeas, que ocorre no mês de outubro. Nessa chuva, os fragmentos provém do famoso cometa Halley. Todos esperam ansiosos pela passagem do Halley, que passa pela Terra a cada 75 anos. Mas ninguém gosta muito dos asteroides. Na verdade, as pessoas têm medo dos asteroides (medo de que algum deles se choquem com a Terra). Mas um humilde asteroide nos presenteia com essa chuva. 

E é agora que entra  a parte interessante. As Orionídeas possuem uma cadência de apenas 23 meteoros por hora. Já as Geminídeas, liberadas pelo subestimado asteroide, incríveis 120 a 160 meteoros por hora. Isso equivale a pelo menos dois meteoros por minuto. Assim fica muito mais fácil de se aproveitar a chuva.

Mas os astrônomos ainda sabem pouco sobre o nosso amigo Phaethon. Há cerca de três anos ele se aproximou bastante da Terra, e os astrônomos coletaram alguns dados. Em breve, alguns astrônomos pretendem estudá-lo com uma sonda e entender um pouco mais sobre ele e como o asteroide consegue produzir tantos meteoros. Essa cadência alta é estranha porque diferente dos cometas, os asteroides não possuem grandes e esplendorosas caudas, mas apenas soltam alguns fragmentos.

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Fotografias do 3200 Phaethon feitas em 2017 no observatório de Arecibo. (Arecibo Observatory/NASA/NSF).

Entendendo Phaethon

A história das Geminídeas é bem interessante. As chuvas de meteoros são observadas pelos humanos há milênios. Mas essas, especificamente, são novas. Alguém só observou e registrou a chuva de meteoros Geminídeos em 1862. Naquela época, essa chuva era extremamente fraca, e produzia apenas 20 meteoros por hora. 

Então, o fato de que esses meteoros aumentaram tanto a sua presença – de 20 para mais de 100 meteoros por hora – em questão de algumas décadas, intriga os cientistas. Além disso, eles notaram que a densidade deles é consideravelmente maior do que o comum. Os fragmentos Geminídeos são duas vezes mais densos do que, por exemplo, os Perseidas.

Desde 1866, os cientistas perceberam que as chuvas de meteoros vinham de cometas. Apenas após 117 anos, então, em 1983, os pesquisadores encontraram o Phaethon, pai da chuva de meteoros. Só então eles entenderam porque eles eram tão densos – não vinham de um cometa, mas sim de um asteroide. 

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Vídeo do 3200 Phaethon feito em 2017 no observatório de Arecibo. (Arecibo Observatory/NASA/NSF).

Por enquanto os astrônomos possuem algumas suspeitas em relação ao motivo pelo qual Phaethon é tão bom em produzir a chuva de meteoros. Eles acreditam que o calor do Sol, quando o asteroide se aproxima, seca os minerais hidratados, fazendo-os rachar. Dessa forma, o asteroide libera alguns fragmentos que atingem a Terra. Seu rápido giro também ajuda nisso tudo. 

Em 2017, uma aproximação do Phaethon permitiu a coleta de alguns dados. Os pesquisadores acreditam que ele libera tantos fragmentos por alguma catástrofe que sofreu no passado. Mas em 2024 o Japão lançará a sonda DESTINY +, que se aproximará do asteroide e nos explicará um pouco sobre sua origem, história e o presente.

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