Futuro dos ornitorrincos está ameaçado, mostra estudo

Erik Behenck
Foto: Stuart Cohen

Pela distância geográfica de outras terras continentais, a Austrália é um lugar cheio de surpresas. Uma das mais incríveis são os ornitorrincos, uma mistura de ave com mamífero e que possui ainda características de répteis. Acontece que um relatório publicado recentemente indicou que eles perderam 22% do habitat em 30 anos.

Inclusive foi recomendado que o animal seja adicionado na lista dos ameaçados de extinção. A perda é semelhante a área do estado do Paraná. De fato, o material apresenta dados preocupantes, indicando que até 2070 a população de ornitorrincos pode diminuir entre 47% e 66%.

A avaliação foi realizada por pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, da Fundação de Conservação da Austrália, World Wide Fund for Nature (WWF) e Humane Society. Contudo, internacionalmente a espécie já é classificada como “quase ameaçada”, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Quem são os ornitorrincos?

Os ornitorrincos causaram espanto nos colonizadores britânicos que chegaram ao país a partir da década de 1780. Eles são encontrados apenas na Austrália, habitam rios e riachos na costa leste do país. É um animal que põe ovos, embora os filhotes sejam amamentados com leite e contem com pelos.

Fazem parte de uma antiga linhagem extinta de mamíferos que põe ovos, sendo uma espécie conhecida como monotremados, junto com a equidna, uma das três que possui essa classificação. São condições que fazem dele uma espécie singular, mas que ao ser analisada fisiologicamente, se torna ainda mais estranha e fascinante.

O bico do ornitorrinco é diferente daqueles encontrados em pássaros, ele é carnudo e funciona como uma espécie de GPS, que ajuda a detectar os campos eletromagnéticos embaixo d’água. Além disso, os machos contam com um esporão venenoso nas patas traseiras e as fêmeas amamentam ao suar a barriga.

Como é o habitat dessa criatura?

O animal está sofrendo cada vez mais com as mudanças climáticas. Afinal, as secas se tornam mais fortes e frequentes, assim como o desvio e extração de água prejudica o habitat. O relatório aponta ainda que o desmatamento é uma condição que agrava a situação, a poluição e o aumento nas populações de cães selvagens e raposas.

“Proteger o ornitorrinco e os rios dos quais depende deve ser uma prioridade nacional para um dos animais mais icônicos do mundo”, disse o ecologista da Universidade de Nova Gales do Sul e principal autor do relatório, Richard Kingsford. “Há uma preocupação real de que as populações de ornitorrincos desapareçam de alguns de nossos rios sem voltar, se os rios continuarem se degradando com secas e represas”, completou.

O relatório apontou uma queda nas populações de 32% em Nova Gales do Sul desde 1990 e seguido por Queensland, com 27% a menos. Mas, em áreas urbanas a condição é muito pior, como em Melbourne, onde a redução foi de 65%.

Com informações de Smithsonian Magazine.

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