O que está causando o zumbido no ouvido? Ciência avança no tratamento

Matheus Gouveia
(Unsplash)

Em todo o mundo, até 20 por cento das pessoas experimentam um zumbido ou zumbido fantasma crônico em seus ouvidos, e algumas vezes é difícil encontrar o real motivo e saber como tratar.

Novas tecnologias são de grande ajuda

Esse incômodo não está relacionado a nenhum estímulo acústico conhecido. Atualmente, o diagnóstico depende apenas dos relatos dos pacientes. Agora, cientistas da Austrália acreditam terem criado um método para “visualizar” o zumbido no cérebro.

Essa pode ser a primeira ferramenta clínica para medir o zumbido de alguém. É, portanto, um grande passo para encontrar maneiras de tratar essa doença tão recorrente e, muitas vezes, incurável.

Nos últimos anos, estudos com imagens cerebrais de animais e humanos mostraram que o zumbido está relacionado ao aumento de disparo neural, além de mudanças na conectividade em certas regiões do cérebro. Mas somente usando novas tecnologias poderemos ter uma avaliação adequada dos casos.

Espectroscopia para medir zumbidos

A espectroscopia de infravermelho funcional próximo (NIRS) é um instrumento não invasivo, portátil e silencioso que permite aos cientistas medir a atividade do fluxo sanguíneo cerebral relacionada ao som. Recentemente, a tecnologia foi usada para revelar sintomas de zumbido melhorados após estimulação transcraniana por corrente contínua, um potencial novo tratamento em desenvolvimento.

A equipe australiana, então, gravou sinais e usou algoritmos de aprendizado de máquina para observar indivíduos com zumbido, avaliando de acordo com a gravidade da condição.

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“Nossos resultados mostram a viabilidade do uso de NIRS e aprendizado de máquina para desenvolver uma medida objetiva do zumbido”, dizem os autores. “Essa medida, portanto, beneficiaria muito os médicos e pacientes, fornecendo uma ferramenta para avaliar melhor novos tratamentos e o progresso do tratamento dos pacientes.”

O problema muito comum

Atualmente, o zumbido não tem causa ou cura conhecida e, embora existam algumas maneiras eficazes de controlar os sintomas em algumas pessoas. No momento, as opções são limitadas e, de fato, são necessárias mais pesquisas para ajudar as pessoas a lidar com o problema.

Entre as pessoas com zumbido de classificação grave, as taxas de depressão e ansiedade são muito mais altas. Além disso, nesses casos a intensidade dos ruídos é uma das maiores queixas.

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